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Rondônia perde mais de um bilhão de reais por ano com diferenciação do preço da arroba do boi

As perdas são grandes e não só para os produtores, mas para o Estado como um todo. Em um ano de abate os prejuízos passam de bilhão de reais.

Antes de ir direto ao ponto das perdas financeiras da cadeia da carne em Rondônia, temos que pontuar os motivos. Rondônia tem um rebanho bovino com mais de 16 milhões de cabeças, aumento de 2020 e 2021 de mais de 2 milhões de cabeças com a retenção de fêmeas.

O Estado tem uma capacidade instalada para abater 2,7 milhões de cabeças/ano e em 2021 foi abatido pouco mais de 1,8 milhões. Outro ponto que é significativo que os produtores perguntam é “Qual o ganho que tiveram com a retirada da vacina aftosa? Nada!” segundo as entidades do setor.

As perdas são grandes e não só para os produtores, mas para o Estado como um todo. Em um ano de abate de boi comum no estado de Rondônia, somente com o diferencial do percentual pago pela arroba do boi em São Paulo e Rondônia, que nesta quarta-feira, 10, estava em 12,13% no boi comum, pode chegar a mais de um bilhão de reais.

O levantamento é feito pelas entidades juntamente com os produtores que preocupados com os elevados custos de produção na pecuária rondoniense tem visto as margens da rentabilidade entrarem no vermelho frente aos preços praticados pelos frigoríficos no Estado.

“Considerando o cenário com um abate de 142 mil cabeças por mês, com média de 16 arrobas por animal, seguindo os preço pagos de R$ 297,00 pagos por arroba (@) em Rondônia e R$ 338,00 em São Paulo, diferença de R$41,00 por arroba. Deduzindo o custo de envio da carne para SP, que gira em torno de R$15,00 por arroba, temos uma diferença de R$ 26,00 por arroba. Isto significa perda de R$ 416,00 por animal abatido, destacam os produtores. Esta perda multiplicada pelos abates em 2021 passa de 750 milhões.

Isto reflete diretamente no valor de reposição. Assim os pequenos produtores têm uma perda grande na venda de bezerros e bezerras o que eleva as perdas para RO que passa de 1 bilhão de reais.

Além disso, os pecuaristas continuam expostos à turbulência do mercado principalmente com o aumento dos custos com a alimentação, juntamente com os aumentos de preços de fertilizantes e combustíveis que trazem consequências negativas a médio e longo prazo.

Os produtores reconhecem os entraves enfrentados pelas empresas frigoríficas e destacam que uma margem justa face às atuais condições de comércio internacional do diferencial referente ao estado de São Paulo seria justa entre 8% para o boi comum e 10% para o boi China, no atual momento.

Mesmo com a hipótese de um acordo e a possível aproximação pelas indústrias dos referenciais, os produtores continuam buscando alternativas para solucionar de vez essa questão da diferenciação dos preços da @. Pois de tempos em tempos a indústria frigorífica testa o mercado com esta estratégia.

A alternativa viável discutida e difundida entre os produtores de médio e longo prazo é fazer a terminação de animais em outros estados, pois o STF definiu que esta transferência não cabe cobrar impostos. E outra discussão já avançada é iniciar abates periódicos com expectativa de no futuro migrar para Cooperativa como é feito em vários estados, em especial os do Sul do país.

No curto prazo, os produtores estão se reunindo com as autoridades e entidades representativas do setor em busca de uma solução e manter o equilíbrio da cadeia da carne. Entre as principais estão: Redução da alíquota, através do Confaz, para saída de gado vivo de Rondônia; Maior celeridade na habilitação de novas plantas frigoríficas para exportação e Incentivo para terminação de animais em outros estados.

Fonte: Assessoria

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