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Embrapa Cocais planeja futuro com Rede Embrapa, parceiros e sociedade – Notícias

Nesses últimos 50 anos, o Brasil revolucionou a realidade no campo e se tornou líder científico e tecnológico mundial da agricultura tropical, terceiro maior produtor e segundo maior exportador de alimentos do mundo graças à agricultura movida a ciência da Embrapa e parceiros.

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Hoje, essa trajetória de sucesso tem muitos desafios, entre eles a garantia de sustentabilidade à atividade, a harmonização entre desenvolvimento econômico e conservação ambiental para garantir o usufruto dos recursos naturais para as gerações futuras e a inclusão socioprodutiva da agricultura familiar.

No Maranhão, esses temas e desafios de futuro estão representados em sua máxima intensidade. O estado tem cerca de 75% da sua área na Amazônia Legal, com seu território dividido entre os dois principais biomas do País – Cerrado e Amazônia. Além disso, 33% de sua área está na região da maior fronteira agrícola do País, denominada Matopiba, cuja produção crescente de grãos escoa direto para o mercado internacional pelo porto do Itaqui, em São Luís (MA). No ranking do desmatamento, é o segundo no Cerrado e o quarto no bioma Amazônia. É o estado de menor urbanização do Brasil e com maior proporção de população rural (40%) e de menores indicadores de desenvolvimento humano da federação, acumulando indicadores de concentração de renda e pobreza.

Diante desse cenário e para consolidar a agenda de inovação da Embrapa no Maranhão com escolhas estratégicas para a construção do seu novo Plano Diretor, definição de temas inovadores prioritários de pesquisa e os perfis de contratação dos novos profissionais no concurso público em 2024, a Embrapa Cocais realizou uma série de debates estratégicos online em PD&I, intitulada “Construindo o futuro: diálogos para inovação sustentável e inclusiva” sobre os temas que representam os novos focos de atuação da Unidade frente aos desafios prioritários para a pesquisa e inovação a partir das demandas da sociedade: Bioeconomia – geração de valor e inclusão socioprodutiva; Sistemas produtivos sustentáveis – conservação e geração de valor; e Inovação social como instrumento de inclusão socioprodutiva.

As discussões foram realizadas a partir de palestras de pesquisadores e gestores de dez Unidades da Embrapa e representantes de  instituições parceiras e convidadas, tendo como roteiro o estado da arte; os desafios e oportunidades de futuro em PD&I; e as novas competências necessárias para esse futuro almejado e foram enriquecidas com a participação do público pelo chat. Confira os eventos em Construindo o futuro: Diálogos para inovação sustentável e inclusiva – YouTube .

“Temos os desafios de produzir mais com menos impacto ambiental e de promover a inclusão socioprodutiva, especialmente em relação à agricultura familiar, e consolidar as regiões produtores na fronteira do agronegócio com sustentabilidade. Por isso, precisamos também repensar a abordagem de inovação tecnológica, compartilhar o valor auferido a partir da exploração da biodiversidade com as comunidades e considerar as pessoas e suas organizações como foco do processo de inovação, de onde emerge o conceito de inovação social como instrumento de uma nova onda de desenvolvimento no Brasil. Por isso, reunimos a inteligência coletiva da Unidade, da Rede Embrapa, parceiros e sociedade para melhor visão do ambiente externo e interno e suas respectivas oportunidades e ameaças e fortalezas e fraquezas para análise de tendências e cenários. Estimulamos o debate para colocar em perspectiva problemas e estratégias de solução”, destaca o chefe-geral da Embrapa Cocais, Marco Bomfim.

Gestão da Embrapa – Para o diretor-executivo de pesquisa e inovação, Clenio Pillon, que abriu a série sobre bioeconomia, o tema está alinhado às novas diretrizes da Embrapa. “Agricultura de base biológica é o futuro para aproveitamento e uso sustentável da nossa biodiversidade, geração de desenvolvimento saudável e sustentável e acesso da população do Brasil e do mundo à alimentação produzida nessas mesmas bases”.

O diretor-executivo de governança e gestão, Alderi Emídio de Araújo, fez a abertura das discussões sobre sistemas produtivos sustentáveis e destacou a localização estratégica da atuação da Embrapa Cocais no Brasil: Amazônia e Cerrado (Matopiba) “Os desafios são iminentes para a produção sustentável com inclusão produtiva em ambos os biomas. A iniciativa de debate deverá contribuir para consolidar estratégias de ação voltadas para sustentabilidade econômica, social e ambiental”.

A diretora-executiva de negócios, Ana Euler, durante a abertura do ciclo referente à inovação social, destacou que “os temas em debate estão no centro da agenda nacional da Embrapa e os que os resultados deverão contribuir para o processo em curso de revisão do Plano Diretor da Empresa. Parabenizo a Unidade pelo formato do fórum, com a participação de parceiros, Rede Embrapa e sociedade”.

Metodologia e próximos passos – O supervisor do Núcleo de Desenvolvimento Institucional, o analista Thiago Buosi, destacou que a realização dos seminários foi importante para trazer outras visões, externas e, muitas vezes, disruptivas, sobre as tendências, desafios e oportunidades nas diferentes temáticas. “A partir dessas visões, com a aplicação de ferramentas como SWOT e priorização, foram definidas estratégias associadas aos desafios de inovação já identificados pela Empresa, que serão as bases para mapear as competências ou conhecimentos estratégicos para o futuro da Unidade”.Entre os próximos passos, a definição geral dos desafios e priorização de algumas estratégias.

Karolyna Borges, facilitadora da empresa Creative Pack que conduziu workshops com a equipe da Embrapa Cocais após cada debate, declarou que “fazer uma construção coletiva é sempre um grande desafio, ainda mais para definir um foco ou direcionamento estratégico. A metodologia utilizada para convergir as ideias foi aprimorada a cada workshop e isso nos deu segurança para continuar o trabalho coletivo”.

Bioeconomia – geração de valor e inclusão socioprodutiva

A chefe-adjunta de transferência de tecnologia da Embrapa Agroenergia, Patrícia Verardi Abdelnur, em sua palestra “Bioeconomia na transição energética” abordou o contexto de bioeconomia na transição energética, cenário e desafios atuais no Brasil e soluções tecnológicas que a Embrapa Agroenergia tem trabalhado nos últimos anos. “Minha impressão sobre o evento foi muito positiva. Agradeço à Embrapa Cocais por proporcionar esse momento rico de debates e discussões sobre o tema”.

Sobre a química de produtos naturais falou o pesquisador Kirley Marques Canuto, da Embrapa Agroindústria Tropical. Segundo ele, “o evento foi uma ótima oportunidade de apresentar e discutir possibilidades oferecidas pela Química de Produtos Naturais para a implementação e desenvolvimento da temática de Bioeconomia na Embrapa Cocais, considerando a potencialidade biotecnológica da biodiversidade, mercado em ascensão e a pujança agrícola da região coberta pela Unidade”.

Da Embrapa Acre, como presidente do Portfólio Amazônia, o pesquisador Judson Ferreira Valentin apresentou a preocupação da inclusão produtiva, do bem-estar das pessoas, com mais qualidade de vida, renda e dignidade, para a preservação do bioma. “Temos que ter inovação tecnológica e políticas públicas que permitam acesso às tecnologias para que os guardiões das florestas possam ser protagonistas e beneficiários desse desenvolvimento sustentável. A Embrapa está comprometida com esse processo de valorização e agregação de valor dos produtos da Amazônia em beneficio das comunidades locais, do Brasil e do mundo”..

pesquisadores Marco Nogueira, da Embrapa Soja e secretário-executivo do Portfólio Bioinsumos, falou sobre “Cenário atual, gargalos e perspectivas no uso de bioinsumos no Brasil” e apresentou o portfólio, seus objetivos e os tipos de insumos biológicos mais pesquisados na Empresa. Segundo ele, o mercado de bioinsumos vem aumentando expressivamente no Brasil nos últimos anos, com o número de indústrias produtoras saindo de 16, em 2011, para 171, em 2023, de acordo com os dados do MAPA.

“É um mercado bastante promissor e em franca expansão e a Embrapa tem papel fundamental na geração de ativos de qualidade para atender a esse mercado.  Além dos inoculantes, já amplamente empregados anualmente no País em cerca de 85% das áreas de produção de soja, também os produtos voltados para o biocontrole têm sido cada vez mais demandados, com um crescimento no mercado brasileiro de 42% em anos recentes ante a 16% de crescimento mundial. A Embrapa vem contribuindo com soluções biológicas que têm se tornado produtos disponíveis no mercado, ampliando o leque de opções de produtos biológicos no mercado. Pesquisa recente realizada com mais de 5 mil produtores de várias regiões do mundo, indica que os produtores brasileiros estão entre os mais dispostos  a usar bioinsumos. Isso representa uma grande oportunidade para o País se consolide ainda mais como uma referência global no uso de insumos biológicos na agricultura”, informou.

Enriqueceram o debate ainda o pesquisado Ricardo Elesbão Alves, da Embrapa Alimentos e Territórios, e o representante do setor produtivo Cézar de Mendes, da empresa Chocolates De Mendes.

Sistemas produtivos sustentáveis – conservação e geração de valor

O professor e pesquisador Ciro Abbud Righi, da ESALQ/USP, trouxe reflexões sobre “Sistemas Agroflorestais – Desenvolvendo novas maneiras de se produzir”. Enfatizou que se deve fazer Agronomia, ciência do uso da terra, para que as pessoas tenham uma vida melhor numa sociedade justa, com ambiente preservado e acesso a condições materiais de vida. “O foco deve ser as pessoas”.

A pesquisadora Laurimar Vendrusculo, da Embrapa Agrossilvipastoril, discorreu sobre o “Estado da Arte em ILPF”. “As experiências da Embrapa Agrossilvipastoril com os sistemas de integração podem fomentar novos arranjos utilizando espécies nativas, como o babaçu aliado à pastagem para bovinos, caprinos ou ovinos.  São formas inclusivas de desenhar a pesquisa conforme a demanda das populações locais”.

O presidente do Portfólio ILPF, o pesquisador Ladislau Skorupa, da Embrapa Meio Ambiente, agradeceu a oportunidade de contribuir para as discussões sobre a atuação da Embrapa Cocais nesses sistemas e na sugestão de competências necessárias para inovar no tema buscando ampliar sua adoção no estado. “Os sistemas ILPF se apresentam como uma excelente estratégia produtiva no contexto regional pelo seu potencial de promover a reabilitação de pastagens degradadas, a diversificação, a intensificação e a agregação de valor à produção com impactos socioambientais positivos”, reforçou.

O pesquisador Cristiano Menezes, da Embrapa Meio Ambiente, contribuiu com o tema “Métricas e Indicadores para Avaliação de Impacto Ambiental” e elogiou a iniciativa de reunir especialistas para trazer visões de fora e refletir sobre as estratégias de ação. “Esse caminha irá permitir alcançar resultados sólidos. “Minha contribuição no evento foi mostrar que a sustentabilidade é uma grande oportunidade para o Brasil e que estamos no melhor momento e cenário nacional e internacional para implementar ações nessa direção. A Embrapa tem as condições para ser a protagonista desse processo e resolver dois grandes problemas atuais: produção sustentável de alimentos e mitigação dos efeitos das mudanças climáticas”.

Também apresentaram seus conhecimentos sobre sistemas produtivos sustentáveis os pesquisadores Roberta Carnevalli (Embrapa Soja), que tratou sobre “Soja baixo carbono”, e José Antonio Espíndola (Embrapa Agrobiologia), que enfocou o Portfólio Agroecologia e Produção Orgânica.

Inovação social como instrumento de inclusão socioprodutiva

Como a pesquisa agrícola pode contribuir com a produção sustentável e a inclusão socioprodutiva foi o tema abordado pelo pesquisador Evandro Holanda Jr., da Gerência Geral de Cooperação de PD&I. Para ele, o evento demonstrou o senso de responsabilidade e a sensibilidade social com as necessidades da humanidade neste atual momento. “Ficou evidente a necessidade de uma abordagem que nos permita organizar as ações de pesquisa de maneira a mobilizar alianças, facilitar o diálogo e as inter-relações institucionais e pessoais respeitando as culturas, as pluralidades e compromissada com as transições sociotécnicas necessárias para as desejadas transformações locais. Parabenizo aos envolvidos na organização do evento por não se aterem a uma discussão interna. É um modelo para a própria Embrapa para a revisão do Plano Diretor da Empresa”.

A iniciativa em inovação social da Embrapa Cocais foi tema da palestra “Inovação social como estratégia de fortalecimento dos negócios comunitários: o case das quebradeiras de coco e a bioeconomia do babaçu”. Camilla Noel, da Conecta Brasil 360, contou como ocorreu todo o processo e os frutos colhidos. “Foi muito bom compartilhar um pouco dos projetos que a Conecta vem desenvolvendo no Maranhão e ouvir também diferentes conceitos e percepções. O evento proporcionou uma troca de experiências muito vigorosa, mostrando o potencial que a inovação social tem para o estado e para o País”.

O desenvolvimento de negócios de impacto social na Amazônia foi tratado pelo diretor executivo do Centro de Empreendedorismo da Amazônia, Raphael Medeiros. “Mais do que um evento, foi um importante marco para a inovação e a sociobioeconomia no Maranhão. A troca de ideias, conceitos e soluções certamente trará bons frutos para um futuro mais digno e sustentável para a região. O empenho e dedicação da Embrapa abre uma janela importante que conecta ciência e pesquisa e aplicação prática, com resultados a curto, médio e longo prazo”.

Os comentários sobre os temas abordados foram realizados pela pesquisadora Nívea Perdigão, da Embrapa Caprinos e Ovinos, e pelo secretário adjunto Ricarte Almeida, da Secretaria de Agricultura Familiar do Maranhão. Nívea reforçou a importância de debates com base teórica e na troca de conhecimentos e experiências. “O evento foi muito bem organizado, com formato inovador e conteúdos e questionamentos importantes para a realização das ações e bastante estratégico, especialmente por trazer à discussão o poder público. Creio que a iniciativa irá reverberar positivamente no estado do Maranhão”.

Fonte: Flávia Bessa (MTb 4469/DF)
Embrapa Cocais

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