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Aliando questões de sustentabilidade, startup social brasileira desenvolve certificação focada no bem-estar animal

Com especialistas de mais de 30 anos no mercado, a Produtor do Bem quer elevar o nível do bem-estar dos animais de fazendas no Brasil e na América Latina

A iniciativa já conta com as certificações de bem-estar de galinhas livres de gaiolas, galinhas caipira e para produção livre de antibióticos

A temática do bem-estar animal tem ganhado espaço nas discussões entre produtores e empresas do setor de proteína animal e, é claro, na sociedade. Pensando nisso, a Produtor do Bem criou uma certificação que busca uma jornada mais sustentável na produção de alimentos, contemplando o bem-estar animal dentro do conceito de sustentabilidade, pois, além de certificar proteína animal em diferentes níveis, o projeto atua também na certificação de proteínas alternativas, como é o caso do plant-based.

Com mais de dois anos de pesquisa e desenvolvimento, a Produtor do Bem trabalha o bem-estar animal por meio de certificações que atestam as práticas produtivas e qualidade dos alimentos produzidos. O zootecnista e Diretor Executivo da startup, José Rodolfo Ciocca, conta que a certificação é dividida em níveis de classificação, que vão desde a adoção de bons padrões até patamares de excelência em bem-estar animal, a exemplo do esquema que é realizado para produtores de ovos.

“A proposta é comunicar ao consumidor o bem-estar animal em três diferentes níveis, pois sabemos que existem diferenças nos padrões de produção, isto é, não queremos certificar processos distintos como se fossem todos iguais. Isso induziria o varejista e o consumidor ao erro pela falta de informação e transparência e não incentiva os produtores que buscam ser cada vez melhores. Como alternativa, desenvolvemos o nível 1, no qual é garantida uma boa atenção ao bem-estar dos animais para que tenham uma vida digna. O nível 2 foca em fornecer muita atenção ao bem-estar animal, e o nível 3, que abrange o sistema caipira ou free-range, contempla o ambiente onde os animais vivem para garantir a excelência em termos de liberdade e bem-estar”, aponta Ciocca.

O Diretor Executivo acrescenta que, além de seguir dando suporte para as empresas já comercialmente consolidadas, a iniciativa busca também agregar os pequenos produtores ao sistema de certificação. “Muitas vezes, os pequenos produtores possuem excelentes práticas de sustentabilidade e bem-estar animal, mas acabam ficando de fora do mercado por não serem conhecidos ou por não possuírem condições financeiras para a aplicação de um bom selo. Queremos subsidiar e incentivar esses pequenos produtores a seguirem trabalhando com melhores padrões de bem-estar animal para que não seja apenas um nicho de mercadoNeste sentido, estamos trabalhando formas de empoderar essas pessoas para que seus negócios tenham espaço no mercado junto aos grandes produtores, fortalecendo o potencial socioeconômico das pequenas granjas familiares e trazendo mais escala para sistemas sustentáveis”, reforça Ciocca.

Mesmo sendo desenvolvida em solo brasileiro, a ideia é de que a certificação esteja presente em toda América Latina, além de países onde o Brasil já possui relações comerciais. “Nós sabemos que o sistema de produção da América Latina difere da Europa e dos Estados Unidos, o que nos oferece uma oportunidade mais abrangente, além de ampliar o projeto para mercados onde o Brasil também tem relações comerciais, por exemplo, Ásia e países do Oriente Médio. A ideia é ser um projeto global que está em alinhamento com as grandes certificações do mundo”, enfatiza.

Mais diálogo e visibilidade

O desenvolvimento do projeto contou com mais de dois anos de pesquisas

Por se tratar de uma temática ligada a todos os cuidados na rotina dos animais, a startup também quer estimular o diálogo entre as Organizações Não Governamentais (ONGs), os produtores e a agroindústria.

“A proposta da Produtor do Bem é também facilitar esse diálogo e construir as pontes entre as ONGs e a indústria de alimentos. Acreditamos que existe muita boa vontade e intenção de melhorar, mas é preciso compreender mais a fundo os desafios enfrentados para conseguir atender a todas as exigências que surgem constantemente. Nosso papel também será de auxiliar as ONGs nesse entendimento para que possam colaborar com soluções rápidas e práticas para os problemas de bem-estar animal e para comunicar a importância dessas mudanças junto à sociedade”, explica o Diretor Executivo.

Jogar contra o Greenwashing

Com a proposta de elevar o nível do bem-estar no Brasil e tornar o país uma potência em termos de oportunidades, o fundador da Produtor do Bem, Leonardo Vega, destaca que a empresa se coloca como uma oposição às certificações que utilizam de poucos critérios para atestar o bem-estar animal.

Ele destaca que, embora o termo greenwashing tenha nascido para comunicar uma espécie de demagogia ecológica, a expressão já vem sendo utilizada por empresas que se auto intitulam referências em bem-estar animal a partir da exibição de selos nas embalagens de seus produtos, mas que, na prática, dificilmente se comprovam. 

“O que estamos vendo ocorrer hoje no Brasil é um movimento de greenwashing e welfare washing com diversas dimensões e contradições. Existem certificações que vão desde autodeclaração até sistemas que não utilizam auditoria de terceira parte com critérios robustos. Neste último caso, a instituição que cria o selo é a mesma que audita, que é a mesma que certifica, que, por sua vez, é a mesma que concede o respectivo selo para uso nas embalagens dos produtos, criando assim um looping de conflitos de interesses que nada contribui com a credibilidade demandada pelo consumidor atual”, detalha.

“Na Produtor do Bem, todo requisito de auditoria é aderente ao tipo e à cultura produtiva da região, além de ser equivalente aos mais rigorosos critérios internacionais de bem-estar animal e compliance de certificação. Queremos, com isso, garantir que as empresas certificadas por nós sejam reconhecidas como exemplo na questão do bem-estar dos animais de fazenda e pela transparência com o consumidor”, acrescenta Vega.

Ampliação da linha de certificações

Com uma equipe internacional de especialistas com mais de 30 anos no mercado, a Produtor do Bem já conta com as certificações de bem-estar de galinhas livres de gaiolas, galinhas caipira e certificação para produção livre de antibióticos.  A startup também é o primeiro projeto na América Latina a possuir uma linha de certificação para produtos plant-based que são alternativos à carne, ovos e leite.

“Para nós, o case plant-based da Produtor do Bem é um motivo de orgulho, não apenas pelo pioneirismo, mas também pelos aspectos de sustentabilidade envolvidos nesse processo e análise in loco. É muito gratificante ver produtos com o nosso selo sendo distribuídos e consumidos em diversas regiões do país”, comenta Leonardo Vega.

Ele reitera que novas certificações serão lançadas ainda no primeiro semestre de 2023. “Não vamos parar por aí. Em abril, serão lançados os selos de bem-estar de frangos de corte e, em seguida, faremos o lançamento do selo de bem-estar para suínos, todos com pilares de sustentabilidade já integrados aos requisitos de certificação”, finaliza.

Sobre a Produtor do Bem

A Produtor do Bem é uma startup social criada por uma rede de especialistas da academia, da sociedade civil e do setor privado, atuando na certificação dos sistemas de produção de alimentos. Nossa principal missão é estimular o consumo e a produção sustentável, melhorando o bem-estar dos animais de fazenda e transformando o atual sistema em um modelo mais justo e humano.

Saiba mais em https://produtordobem.com.br/

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