Arquivos Carneforte - Domínio Rural https://dominiorural.com O portal do agronegócio Mon, 29 Jan 2024 21:30:56 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.5.5 https://dominiorural.com/wp-content/uploads/2018/08/cropped-Design-sem-nome-1-1-32x32.jpg Arquivos Carneforte - Domínio Rural https://dominiorural.com 32 32 Um estado rico, com uma pecuária próspera, mas com pecuaristas em críse https://dominiorural.com/um-estado-rico-com-uma-pecuaria-prospera-mas-com-pecuaristas-em-crise/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=um-estado-rico-com-uma-pecuaria-prospera-mas-com-pecuaristas-em-crise https://dominiorural.com/um-estado-rico-com-uma-pecuaria-prospera-mas-com-pecuaristas-em-crise/#respond Mon, 29 Jan 2024 21:30:55 +0000 https://dominiorural.com/?p=29945 Desafios e oportunidades para a Pecuária no estado de Rondônia em 2024

Nas exportações de carne bovina refrigerada e congelada, o estado aumentou o volume em 27,5% – Foto Dhiony Costa e Silva

O Estado de Rondônia acumulou vários recordes na pecuária em 2023. Foi o maior exportador de carne da região Norte, o quinto maior do Brasil e teve o maior número de abates de cabeças bovinas de sua história, passando de 1,7 milhões de cabeças em 2022 para 2,7 milhões em 2023. Com um rebanho bovino que saltou de 17,6 milhões para 18,1 milhões de cabeças, distribuídas em 113.129 propriedades, a média de bovinos por propriedade é de aproximadamente 160,38 bovinos, também registrou um dos menores preços pagos pela arroba ao produtor.

Nas exportações de carne bovina refrigerada e congelada, o estado aumentou o volume em 27,5%. Já em valor, esse percentual foi de cerca de 8%. O valor médio da arroba exportada em 2023 ficou em torno de R$ 351,75, em comparação ao ano de 2022, que encerrou em cerca de R$ 415,34, representando uma redução de 15,31%. Quando comparado ao preço médio do dólar americano (US$), segundo o Ipedata, para 2023 de U$ 4,96 e para 2022 no valor de US$ 5,18. A variação negativa foi só de 4,24% em seu valor.

Já no campo, a realidade foi outra; os pecuaristas viram suas margens de rentabilidade sendo reduzidas de forma significativa nos preços oferecidos à arroba dos seus animais. Segundo dados da pesquisa semanal da Emater-RO, o valor médio recebido pela arroba em 2023 ficou em R$ 204,27 para vendas a prazo de 30 dias, sendo registrados mínimos de R$ 170,79 na média semanal para venda à vista, no mês de setembro.

Para o pecuarista e presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Vilhena e Chupinguaia, Gustavo José Sartor, essa redução nos preços à arroba fez com que diversos produtores tirassem o pé do acelerador e reduzissem os seus investimentos, “uma vez que estavam trabalhando na melhoria de suas propriedades, como currais, cercas, genética e estradas, com um cenário de arroba acima dos 290 a 305 reais. De repente, estão tendo que pagar as contas vendo animais sendo negociados abaixo de 200 em algumas ocasiões”, descreve Gustavo.

Para o pecuarista Matheus Folador, da cidade de Cacaulândia, que trabalha com cria, a comercialização do bezerro esfriou. Isso possivelmente se deve à queda no preço da arroba do boi gordo, à retenção de fêmeas e ao aumento da oferta de bezerros no mercado, o que resultou em uma baixa procura e em pagamentos reduzidos aos produtores.

A comercialização do bezerro esfriou no Estado de Rondônia, com o preço chegando a 53% do pico de vendas. – Foto por Dhiony Costa e Silva

“Essa situação pode acarretar graves consequências futuras na pecuária, uma vez que a desvalorização do bezerro incentiva o abate de matrizes. Apesar do cenário atual e das dificuldades enfrentadas, o pecuarista continua esperançoso por tempos melhores e comprometido com a criação sustentável, contribuindo para recordes na exportação do estado,” relata Matheus.

O Coordenador da Câmara Setorial da Carne, Edson Afonso Rodrigues, da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Rondônia (Faperon), explica que em um período de quatro anos, observamos um aumento significativo na oferta de animais tanto para abate quanto para reposição. “E com os aumentos dos custos, agravados pelo aumento do ICMS, o aumento do diesel e a falta de incentivos do governo, houve uma redução significativa no envio de animais de Rondônia para outros estados resultando em uma maior oferta para os frigoríficos e uma queda nos preços pagos,” pontua.  

“Para resolver esses desafios, é fundamental que o governo reduza a alíquota de impostos, mas para isso, é necessário um esforço conjunto do governador, que precisa convencer estados como Goiás e Tocantins, que votaram contra o pedido de Rondônia no CONFAZ em 2023. O diálogo com o setor pecuário é essencial, e estamos buscando isso através da CSC (Câmara Setorial da Carne), com o objetivo de organizar melhor a cadeia,” ressalta Edson Afonso.

Fonte: Dhiony Costa e Silva (1294DRT-RO) – Asa Comunicação e Publicidade.

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Veja as empresas que defenderam a redução do consumo de carne https://dominiorural.com/veja-as-empresas-que-defenderam-a-reducao-do-consumo-de-carne/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=veja-as-empresas-que-defenderam-a-reducao-do-consumo-de-carne https://dominiorural.com/veja-as-empresas-que-defenderam-a-reducao-do-consumo-de-carne/#respond Thu, 27 Jan 2022 22:18:28 +0000 https://dominiorural.com/?p=4304 Spoleto se desculpa por defender redução do consumo de carne (Foto: Divulgação)
Spoleto se desculpa por defender redução do consumo de carne

“Há 23 anos, o Spoleto democratiza a boa culinária no Brasil para todas as pessoas, gostos e paladares. Servimos mais de 18 milhões de refeições por ano em todo o país para brasileiros com diferentes hábitos e preferências alimentares, prezando pela pluralidade que sempre fez parte da nossa história e nos possibilita conectar diferentes produtores rurais a milhares de clientes de todo o país.

De parceiros a fornecedores, estamos conectados com o Agronegócio nacional há mais de duas décadas. Parceria que nos dá orgulho por nos possibilitar empregar mais de 5,5 mil colaboradores em nossos restaurantes e garantir os melhores alimentos à mesa do povo brasileiro, dentre eles o carro chefe da nossa fábrica, o delicioso molho bolonhesa, feito de carne produzida em território nacional.

Não somos inimigos de nenhum ramo, o setor do Spoleto é apenas um, dos brasileiros. Somos suscetíveis a erros, mas temos o compromisso de reagir e corrigir rapidamente. Reconhecemos que falhamos em nossa comunicação, e se algum cliente, profissional ou empresa se sentiu desprestigiado, pedimos desculpas.

Agradecemos aos nossos parceiros fornecedores, que seguem fortalecendo seus negócios lado a lado com o Spoleto e, acima de tudo, aos nossos clientes que confiam em nossos restaurantes para se alimentarem bem diariamente.” destacou em seu perfil no instagram o Spoleto.

A publicação que casou a indignação do setor pecuário do Brasil dizia que: “Com um dia sem carne, você economiza: 3,4 mil litros de água; 14 kg de Co2 na atmosfera; 24 m² de terras desmatadas”. Assim como o Bradesco, o Spoleto retirou a peça publicitária do ar e divulgou uma mensagem, também no Instagram, se desculpando pelo episódio.

No caso do Bradesco os pecuaristas do Brasil fizeram campanha pelo fechamento de suas contas no Branco Bradesco. A peleja começou após a divulgação de propaganda veiculada nas redes sociais em nome do Banco Bradesco com o título: “CARBONO NEUTRO”. 

As imagens que desencadearam a reação negativa mostraram três influenciadoras digitais defendendo a redução do consumo de carne. O trio deu dicas sobre como fazer isso, incluindo aderir à “Segunda-feira sem Carne”. 

Depois de irritar pecuaristas, Bradesco tira vídeo do ar - Revista Oeste

Outra empresa que apostou na redução do consumo de carne foi a cervejaria Heineken em 2021 declarando apoio ao Dia Mundial Sem Carne. Que após a manifestação de alguns internautas e com apoio de entidades do setor pecuário as críticas à empresa, decidiram lançar a campanha #ChurrascoSemHeineken.

Heineken tenta lacrar com "Dia Sem Carne" e leva invertida nas redes
Imagem blog farmfor

Por meio de nota, a Heineken disse que a post apoiando o Dia Mundial Sem Carne tinha a intenção de mostrar ao público que a cerveja também atende aos veganos. A empresa reforçou que a mensagem não significa a desvalorização de qualquer setor da economia.

“A empresa mostra total desrespeito de desconsideração à pecuária brasileira, que é motivo de orgulho por ser a primeira pecuária comercial do mundo. A Febrac sugere que os pecuaristas façam o mesmo o instituam o “Churrasco sem Heineken”, diz nota divulgada pela entidade em março de 2021 frente ao episódio.

Imagem Compre rural

Em 2020 a a Natura também fez campanha publicitária relacionando a Segunda sem carne ao desmatamento da Amazônia para ganhar mais adeptos. O tema da campanha promovida pela empresa foi: “SEGUNDA SEM CARNE: UMA PEQUENA ATITUDE PODE GERAR UM GRANDE IMPACTO“. Só esqueceram de levar em conta o impacto negativo que essa campanha traz para o setor produtivo que mantém a economia do país. “Um desrespeito ao setor produtivo do Brasil, a NATURA faz um papelão.” destacou a ABPA em carta assinada por seu presidente, Francisco Turra, na epóca.

Segundo a Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB), a Segunda Sem Carne surgiu em 2003, nos Estados Unidos, e hoje já está presente em mais de 40 países. No entanto, é no Brasil que ela tem gerado mais impacto. A campanha brasileira é considerada a maior do mundo e contempla mais de 100 municípios, com o apoio de instituições públicas e grandes empresas, beneficiando mais de três milhões de pessoas em todo o Brasil.

Fonte: Compre rural, blog farmfor, canal rural, ciclo vivo e revista menu.

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Pecuária brasileira produz carne que gera crédito de carbono a pasto https://dominiorural.com/pecuaria-brasileira-produz-carne-que-gera-credito-de-carbono-a-pasto/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=pecuaria-brasileira-produz-carne-que-gera-credito-de-carbono-a-pasto https://dominiorural.com/pecuaria-brasileira-produz-carne-que-gera-credito-de-carbono-a-pasto/#respond Tue, 28 Dec 2021 17:20:47 +0000 https://dominiorural.com/?p=4102 O crédito de carbono obtido com recuperação de pastagem e intensificação equivale ao crescimento de 6,27 árvores de eucalipto anualmente por garrote.

A recuperação de pastagens e a intensificação da produção de bovinos em áreas degradadas melhoram o sequestro de carbono – Foto: Ana Maio



Um sistema de média lotação, de 3,3 unidades animais (UA) por hectare, em que se recuperou a pastagem degradada, foi capaz de neutralizar as emissões de gases de efeito estufa de bovinos e ainda gerar créditos de carbono correspondentes ao produzido por seis árvores de eucalipto. Uma unidade animal corresponde a 450 kg de peso vivo. Esse foi um dos quatro sistemas montados na Embrapa Pecuária Sudeste (SP) para mensurar o ônus e o bônus de carbono, indicando grau de sustentabilidade ambiental da atividade (veja quadro).

O estudo, feito em quatro níveis de intensificação de sistemas pastoris de produção pecuária, indica que a intensificação média apresentou a pegada de carbono mais baixa, com possíveis créditos de carbono. Os trabalhos foram desenvolvidos no bioma Mata Atlântica, um dos mais impactados pelas ações do homem sobre o ambiente, por se localizar em área com crescente crescimento urbano.

De acordo com a pesquisadora da Embrapa Patrícia Perondi Anchão Oliveira, a recuperação de pastagens e a intensificação da produção de bovinos nessas áreas melhoram o sequestro de carbono e mitigam as emissões de gases de efeito estufa, além de ter um efeito poupa-terra. “Também levam à redução na pegada de carbono por unidade de produto e no número de árvores necessárias para o abatimento das emissões de gases de efeito estufa. Os sistemas de produção intensificados com média lotação animal apresentaram os melhores resultados, especialmente se computados os insumos”, conta Oliveira. No caso citado pela pesquisadora, o crédito de carbono equivale ao crescimento de 6,27 árvores de eucalipto por garrote a cada ano. 

O sistema com quadro mais preocupante é o de pastagens degradadas, cujo balanço resultou em saldo negativo. Em situações assim, chegam a ser necessárias 63,9 árvores para o abatimento das emissões de cada garrote mantido nessas áreas. Os resultados foram publicados na revista britânica Animal, da Universidade de Cambridge, Inglaterra. O trabalho é assinado por oito pesquisadores, cinco deles da Embrapa Pecuária Sudeste.

A cientista relata que a pesquisa teve por objetivo elucidar o problema da emissão de gases de efeito estufa pela pecuária, frequentemente considerada a grande vilã do aquecimento global e das consequentes mudanças climáticas. “A pecuária brasileira ainda é questionada em relação a sua participação na dinâmica de emissão de gases de efeito estufa (GEE)”, relata. Ela conta que os experimentos foram desenhados para cobrir as lacunas no conhecimento sobre a real contribuição dos sistemas de produção da pecuária brasileira para as emissões de GEE e para o aquecimento global.

Segundo a pesquisadora, foram desenvolvidos experimentos que permitem obter dados por métodos padronizados e reconhecidos pela comunidade científica internacional e que deram origem aos já famosos balanços de carbono. “Não foram levantadas somente as emissões de gases de efeito estufa, mas também as remoções desses gases. Isso criou condições para avaliar os sistemas de produção com capacidade de mitigar a emissão, especialmente do metano entérico, por meio do sequestro de carbono”, explica a pesquisadora.

Parceiros

A pesquisa foi desenvolvida com o apoio e a parceria do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), além de universidades e de outros centros de pesquisa da Embrapa. 

“No caso da pecuária, foi possível compreender melhor os benefícios da parte do sequestro de carbono realizada pelo crescimento das plantas, seja pelo acúmulo no solo das pastagens ou no fuste [caule] das árvores, que estavam esquecidas nessa problemática ambiental”, completa. Apesar de os sistemas avaliados não possuírem árvores, as taxas anuais de remoções de GEE de árvores de eucalipto de um sistema silvipastoril com brachiaria, que faz parte de outro experimento, foram utilizadas para calcular o número hipotético de árvores necessárias para abater a emissão anual de cada sistema de produção. 

No caso dos sistemas que estavam com créditos de carbono, devido ao sequestro do elemento no solo das pastagens, a mesma taxa foi usada para calcular o quanto esse crédito equivaleria em número de árvores hipoteticamente crescendo nos sistemas de produção.

O balanço de carbono é uma ferramenta que permite apontar tanto o potencial de neutralizar as emissões de gases de efeito estufa, quanto de prospectar sistemas de produção passíveis de receber créditos de carbono. Também é capaz de identificar os sistemas de produção que podem causar prejuízos ao meio ambiente do ponto de vista das mudanças climáticas, uma vez que identifica também aqueles que mais emitem do que sequestram carbono.

Oliveira conta que na pecuária tem sido comum registrar as emissões, mas o balanço entre o que a atividade emite e o que ela sequestra de carbono nem sempre é considerado. “Com a ferramenta do balanço, esse aporte de carbono é contabilizado e pode mostrar o diferencial da pecuária realizada a pasto, que além de manter o animal em seu habitat sem contenções, ainda traz o benefício do sequestro de carbono realizado pelo crescimento das pastagens”, afirma.

Conhecimento para uma pecuária de baixo carbono

Entre os impactos gerados pela descoberta está a possibilidade de adoção de sistemas de produção mais sustentáveis e de se obter produtos pecuários com baixa pegada de carbono. Essa “contabilidade do carbono” pode favorecer a exportação da carne brasileira, por exemplo, já que o mercado externo valoriza cada vez mais a produção sustentável.

O objetivo principal da pesquisa foi contribuir para a competitividade e sustentabilidade da pecuária brasileira por meio do planejamento, desenvolvimento e organização de dados que estimaram a participação dos sistemas de produção agropecuários na dinâmica de gases de efeito estufa em quatro níveis de intensificação (desde as pastagens degradadas até as pastagens altamente intensificadas e irrigadas), visando subsidiar políticas públicas e alternativas de mitigação.

O projeto também gerou informações que poderão ser usadas para o aprimoramento de normas e mecanismos de garantia da qualidade, da segurança e da rastreabilidade dos produtos pecuários. Esses resultados podem ser usados por formuladores de políticas públicas, empresas governamentais, empresas privadas e comunidade científica.

Por que as pastagens degradadas são um sério problema?

Se por um lado a pesquisa apontou que existem sistemas que podem gerar produtos pecuários com emissões neutralizadas ou com créditos de carbono, por outro também identificou as desvantagens de se manter as pastagens degradadas e a necessidade de recuperá-las.

“Elas apresentaram um balanço de carbono bem desfavorável, pois além das emissões dos animais também ocorreram emissões do solo, provenientes da decomposição e perda da matéria orgânica das áreas em processo de degradação”, detalha a pesquisadora.

Além do alto impacto ambiental, as pastagens degradadas apresentam baixa produtividade, o que aumenta a pegada de carbono por unidade de produto. Outro problema é o desperdício de terra, devido aos baixos índices zootécnicos obtidos (baixa lotação animal, baixa produção de peso vivo por hectare e baixo rendimento de carcaça), necessitando de mais área para a produção de carne e aumentando a pressão sobre os remanescentes florestais do bioma Mata Atlântica.

“A recuperação de pastagens, simultânea à intensificação da produção de gado bovino, melhorou o sequestro de carbono e reduziu as emissões de gases de efeito estufa, além de ter um efeito poupa-terra”, observa a pesquisadora. 

Esses resultados embasam a produção de carne carbono neutro em sistemas de produção pastoris, em que não somente as emissões de GEE são contabilizadas, mas também há possibilidade de usar o sequestro de carbono no solo das áreas de pastagens.

Fique por dentro dos cálculos

A pesquisa avaliou cinco níveis de intensificação: pastagem degradada; pastagem recuperada com corretivos e fertilizantes e média lotação animal; pastagem intensificada com corretivos e fertilizantes e alta lotação animal; pastagem intensificada com corretivos, fertilizantes, irrigação e alta lotação animal; e a vegetação natural. A vegetação natural foi o controle positivo e a pastagem degradada foi o controle negativo.

Foi realizado o balanço de carbono entre as emissões de gases de efeito estufa – GEE (metano ruminal, metano do sistema solo-planta, óxido nitroso do sistema solo-planta) – e a remoção dos gases de efeito estufa (sequestro de carbono no solo). 

Para o cálculo da pegada de carbono, além da emissão de GEE, foi contabilizada a emissão de GEE da fabricação dos fertilizantes, dos combustíveis fósseis das operações agrícolas realizadas e do uso de energia elétrica para irrigação, de acordo com cada nível de intensificação. 

Também foi calculado o número de árvores necessárias para abater a emissão de GEE de cada garrote produzido nos diferentes sistemas de produção avaliados. De acordo com Patrícia Anchão, foi analisada ainda a taxa anual de sequestro de carbono de árvores de eucalipto e, com esse valor, foram calculadas quantas árvores precisariam ser plantadas e mantidas para cada animal existente nos sistemas de produção.

Resultados

O sistema degradado apresentou balanço de carbono negativo, a maior emissão de gases de efeito estufa por quilo de peso vivo produzido e a maior emissão de GEE por quilo de carcaça, necessitando de 63,9 árvores para o abatimento das emissões de cada garrote mantido em pastagens degradadas. 

O sistema irrigado com alta lotação apresentou balanço de carbono negativo maior que o degradado, entretanto, como sua produção de peso vivo e seu rendimento de carcaça foram maiores, a emissão por quilo de peso vivo produzido foi diluída e menor que o sistema degradado. 

Na prática, isso significa que esse sistema requer menor número de árvores para o abatimento das emissões (29,11 árvores/garrote). Mesmo computando todos os insumos utilizados, a emissão por quilo de carcaça foi menor para o sistema intensivo irrigado do que para o sistema degradado.

Já os sistemas de produção intensificados de sequeiro com média lotação animal em pastagens de brachiaria (uso de corretivos e fertilizantes, com dose de 200 kg N/ha/ano) e alta lotação animal em pastagens de Panicum maximum (uso de corretivos e fertilizantes, com dose de 400 kg N/ha/ano) apresentaram maior sequestro de carbono no solo em relação às emissões de GEE. 

Consequentemente, o balanço de carbono foi positivo, o que representaria créditos de carbono equivalentes ao crescimento de 6,27 de eucalipto para cada garrote no sistema de sequeiro com média lotação, e 1,08 árvore para cada garrote no sistema de sequeiro com alta lotação. Quando computados os insumos, somente o sistema com média lotação permaneceu com créditos de carbono. 

Fonte: Ana Maio (MTb 21.928/SP)
Embrapa Pecuária Sudeste

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Rondônia exportará carne bovina e miúdos para Tailândia https://dominiorural.com/rondonia-exportara-carne-bovina-e-miudos-para-tailandia/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=rondonia-exportara-carne-bovina-e-miudos-para-tailandia https://dominiorural.com/rondonia-exportara-carne-bovina-e-miudos-para-tailandia/#respond Tue, 26 May 2020 16:04:42 +0000 https://dominiorural.com/?p=2099 País asiático abriu mercado e aprovou a importação dos produtos de cinco frigoríficos brasileiros
Foto: Dhiony Costa e Silva

A Tailândia comunicou que abriu seu mercado para carne bovina com osso, carne desossada e miúdos comestíveis de bovino do Brasil. Cinco estabelecimentos frigoríficos foram aprovados, pelo país asiático, a exportar. As plantas frigoríficas estão localizadas nos estados do Pará, de Rondônia, Goiás, de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

“Mais uma boa notícia para o agro brasileiro”, comemorou a ministra Tereza Cristina (Agricultura, Pecuária e Abastecimento), que na semana passada, já havia anunciado a abertura do mercado da Tailândia para os lácteos. Desde janeiro de 2019, mais de 60 mercados externos já foram abertos para os produtos agropecuários brasileiros. “Mais de 700 habilitações já foram feitas para os produtos do nosso agro brasileiro”, acrescentou a ministra.

O secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, Orlando Leite, ressalta que a abertura desse mercado de carne bovina e derivados tem potencial de US$ 100 milhões nos próximos anos.

O processo de negociação teve início em 2015 com intensas conversas entre o Mapa e o Departamento de Desenvolvimento da Pecuária e o Ministério da Agricultura e Cooperativas do país do sudeste asiático. Recentemente, o secretário adjunto Flavio Bettarello esteve, por duas ocasiões, naquele país com as autoridades da área agropecuária.

Em 2019, a Tailândia importou de todo o mundo cerca de US$ 90 milhões em carne bovina. A Austrália participou da metade desse valor. Austrália e Tailândia têm um acordo de livre-comércio (em conjunto com a Nova Zelândia e os demais países da Asena – grupo de países que a Tailândia faz parte) que isenta as tarifas para as exportações australianas desde o início de 2020 (50% para carne bovina em geral e 30% para miúdos de bovino).

Abertura de mercados

De janeiro de 2019 até agora, o Brasil já conquistou a abertura de mais de 60 mercados para produtos agropecuários. Entre os produtos para exportação estão castanha-de-baru para Coreia do Sul, melão para China (primeira fruta brasileira para o país asiático), gergelim para a Índia, castanha-do-Brasil ( castanha-do-Pará) para Arábia Saudita e material genético avícola para diversos países.

As exportações do agronegócio atingiram valor recorde em abril, ultrapassando pela primeira vez a barreira de US$ 10 bilhões no mês. O recorde anterior das vendas externas neste mês ocorreu em abril de 2013, quando as exportações somaram US$ 9,65 bilhões. O valor no mês passado (US$ 10,22 bilhões) foi 25% superior em comparação a abril de 2019 (US$ 8,18 bilhões).

Fonte: MAPA

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Já está disponível no mercado dispositivo para avaliação de carcaça bovina https://dominiorural.com/ja-esta-disponivel-no-mercado-dispositivo-para-avaliacao-de-carcaca-bovina/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=ja-esta-disponivel-no-mercado-dispositivo-para-avaliacao-de-carcaca-bovina https://dominiorural.com/ja-esta-disponivel-no-mercado-dispositivo-para-avaliacao-de-carcaca-bovina/#respond Sat, 08 Feb 2020 00:38:52 +0000 https://dominiorural.com/?p=1640 Único no mercado, o SagaBov, desenvolvido pela Embrapa Rondônia, é prático, preciso e com custo acessível

Foto: Renata Silva

Os pecuaristas já podem adquirir um dispositivo simples e eficiente para a avaliação precisa da carcaça bovina. A tecnologia desenvolvida pela Embrapa Rondônia, chamada SagaBov, vai ajudar o pecuarista e toda a cadeia da carne a produzir mais e melhor. A ferramenta está disponível, a um custo acessível, na empresa Prático de Garça.

O Brasil é o segundo maior produtor e maior exportador mundial de carne bovina. Entretanto, estima-se que apenas 15% dos animais enviados para abate apresentam carcaças que atingem o padrão de qualidade na indústria frigorífica. Pensando nisso, a Embrapa Rondônia desenvolveu um dispositivo prático e de fácil acesso, em que o próprio produtor pode avaliar, de forma rápida e precisa, o acabamento da carcaça dos bovinos destinados ao abate, ou seja, a espessura de gordura, uma das principais características relacionadas à qualidade da carne bovina.

O SagaBov, acrônimo para Sistema de Avaliação do Grau de Acabamento Bovino, consiste em duas hastes articuladas que, ao serem encostadas da garupa formam um ângulo que indica se o animal está magro, com gordura adequada para o abate ou com excesso de gordura. Esse dispositivo foi baseado em outra régua desenvolvida também pela Embrapa Rondônia para avaliar a condição corporal do rebanho, chamada Vetscore.

Não havia no mercado nenhum instrumento similar para esse tipo de avaliação. Para o envio de animais para o abate, o produtor costuma fazer uma avaliação visual. Entretanto, ela é subjetiva e gera conflitos com os resultados recebidos do romaneio (documento emitido pelo frigorífico indicando o peso e valorização da carcaça, por exemplo). Outra opção é a ultrassonografia, à qual pouquíssimos produtores têm acesso, pois o custo é relativamente alto (cerca de R$15,00 por animal).

De acordo com o pesquisador da Embrapa Rondônia e inventor do SagaBov, Luiz Pfeifer, a simplicidade e a eficiência da tecnologia fazem dela uma aliada tanto do pecuarista quanto da indústria frigorífica. “O uso dessa ferramenta pode beneficiar todos os elos da cadeia da carne. Com a avaliação e seleção de animais adequados para o abate, a indústria terá aumento do rendimento de carcaça fria, o produtor acesso aos programas de bonificação e o consumidor, maior qualidade de carne disponível no varejo”, explica.

Trata-se de um dispositivo útil para produtores de gado de corte que atuam em fase final de produção, ou seja, terminação de animais, assim como compradores de gado, confinadores e frigoríficos. A tecnologia está validada para ser utilizada em animais – machos castrados e fêmeas zebuínos, que representam 80% do rebanho nacional. Segundo o pesquisador, está em andamento a validação para machos inteiros e para animais da raça Angus.

O SagaBov é um equipamento confiável, de simples utilização e apresenta resultado imediato. Foi realizado pela Embrapa o depósito de patente no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).

Como fazer a avaliação do animal

Para avaliar a carcaça, o bovino deve ser contido e o dispositivo deve ser posicionado sobre a garupa, entre a última vértebra lombar e a primeira vértebra sacral, e ser lentamente fechado até que suas réguas estejam em maior contato possível com a pele do animal. A leitura do grau de acabamento é indicada por cores no visor: vermelha, que significa grau de acabamento inadequado e corresponde a carcaças com gordura ausente e escassa; verde, que sinaliza carcaças com grau adequado de acabamento (gordura mediana e uniforme); e amarela, indicativa de grau de acabamento excessivo, ou seja, carcaças com excesso de gordura.

A utilização da escala por cores facilita a avaliação imediata, o que dá praticidade e rapidez ao processo, principalmente quando há muitos animais no rebanho. Aqueles classificados com grau de acabamento adequado darão maior rendimento de carcaça, maior qualidade e podem garantir ao produtor melhor bonificação pela maior qualidade de carcaça entregue à indústria frigorífica.

Para Sérgio Ferreira, profissional que realiza compra de animais para um frigorífico de Rondônia, há uma grande diferença entre gado pesado e bem acabado. Segundo ele, o foco do seu trabalho é buscar animais com rendimento de carcaça. “Uma ferramenta que consiga dar essa precisão do grau de carcaça para o produtor vai facilitar muito. Assim como será muito bom para a indústria, que poderá colocar no mercado produtos de melhor qualidade. Todos ganham”, comenta Ferreira, prevendo que os produtores podem ganhar de 1% a 3,5% a mais pelo rendimento da carcaça.

O pesquisador Luiz Pfeifer, da Embrapa Rondônia, apresenta a tecnologia
Menos conflitos sobre a qualidade da carcaça

Pfeifer explica que, muitas vezes, há conflitos entre a indústria frigorífica e o produtor a respeito das informações do lote, registradas no romaneio. O produtor pode ser penalizado caso algumas carcaças naquele lote não consigam atingir grau de acabamento adequado e ele não fica sabendo exatamente qual animal e por qual razão ele foi penalizado.

Com a avaliação por meio do SagaBov, o produtor tem a certeza de que todos os animais atingiram o grau adequado de acabamento de carcaça e pode comprovar para o frigorífico que elas estavam bem acabadas. “Com isso, ganha o produtor com acesso à bonificação, e ganha a indústria com maior rendimento nos cortes, com carnes de melhor qualidade para serem entregues aos consumidores”, afirma o cientista.

A entrega de carcaças de má qualidade gera um efeito cascata que afeta toda a cadeia da carne. Esses produtos normalmente não atingem qualidade de exportação e, com isso, o Brasil deixa de acessar diversos mercados potenciais e de obter as melhores remunerações disponíveis. As carcaças que não possuem qualidade para exportação invariavelmente têm menor valor e permanecem no mercado interno, que recebe oferta de cortes de menor qualidade.

Outro ônus que recai sobre a cadeia produtiva é o mau aproveitamento do potencial de abate da indústria. Isso porque o custo de se abater uma carcaça mal acabada é o mesmo do abate de outra com nível de gordura adequado e que atingirá preço maior no mercado. Problema que o SagaBov também será capaz de sanar.

Fonte: Renata Silva (MTb 12361/MG)
Embrapa Rondônia

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Produtores rurais se unem contra queda no percentual do preço da @ do boi em Rondônia https://dominiorural.com/produtores-rurais-se-unem-contra-queda-no-percentual-do-preco-da-do-boi-em-rondonia/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=produtores-rurais-se-unem-contra-queda-no-percentual-do-preco-da-do-boi-em-rondonia https://dominiorural.com/produtores-rurais-se-unem-contra-queda-no-percentual-do-preco-da-do-boi-em-rondonia/#respond Fri, 07 Feb 2020 15:23:09 +0000 https://dominiorural.com/?p=1634
O governador coronel Marcos Rocha assistiu a apresentação e recebeu os documentos

Preocupados com a alta do diferencial do percentual do valor da arroba (@) entre o estado de São Paulo e Rondônia, na tarde desta quinta-feira, 6, grupo de produtores (Grito da Pecuária) se reuniram com a comitiva de autoridades do poder executivo e legislativo, no Centro de Treinamento da Emater RO (Centrer), em Ouro Preto do Oeste, com objetivo de apresentar e entregar uma pauta com as reivindicações de ações frente à diferença do valor pago pela arroba ao pecuarista do Estado, comparada a de outros estados como Mato Grosso e São Paulo.

“Acredito que mesmo com as intercorrências atingimos o objetivo que era demonstrar as perdas que temos hoje em Rondônia com o aumento do diferencial do percentual do valor da arroba recebida pelos produtores. Este foi o recado, nós e o Estado estamos perdendo e precisamos de ações urgentes,” destaca o representante dos produtores, Edson Afonso Rodrigues.

Durante a reunião que durou cerca de 15 minutos, os produtores apresentaram a comitiva de autoridades do poder executivo e legislativo documentos demonstrando o aumento da diferença do percentual do valor pago pela @ no estado e, como isso, acarreta na perda de receita para os produtores e o governo. “Perdemos em torno de R$ 50 milhões por mês, ou seja, o Estado perde em arrecadação, pois se este dinheiro ficasse com o produtor, estaria contribuindo diretamente com a economia local, na geração de empregos, aumento da produção e consequentemente na arrecadação do Estado,” descreve o documento entregue às autoridades.

Dois pontos foram encaminhados com urgência: um pelo equilíbrio da oferta e da procura que abrange a baixa temporária da pauta de exportação de gado para abate em outros estados; e o outro seria o mesmo tratamento de isenção do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para frigoríficos de pequenos porte com destino à exportação de carne para outros estados.

O governador coronel Marcos Rocha assistiu a apresentação e recebeu os documentos, os quais se comprometeu o encaminhamento junto à equipe técnica da Secretaria de Estado de Finanças do Estado de Rondônia (Sefin) para análise. Assim como o presidente da Assembleia Legislativa, Laerte Gomes, o deputado Adelino Folador e demais se comprometeram nos dar uma resposta para estes assuntos de urgência.

A comitiva estava composta pelo governador do estado de Rondônia, Marcos Rocha, o secretário de Agricultura do Estado (Seagri), Evandro Padovani, o presidente da Idaron, Júlio Peres, juntamente com o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Laerte Gomes, os deputados Adelino Follador, Chiquinho da Emater e Jhony Paixão.

O documento também foi encaminhado para compor a ordem do dia da reunião da Câmara Setorial da Carne, que ocorrerá nesta terça-feira, 11, em Porto Velho. “Estamos buscando o equilíbrio do preço da @ boi, pois com esse nivelamento para o boi gordo, conseguiremos ter preços merecido para toda cadeia produtiva da carne,” explica Rodrigues.

Fonte: Assessoria – Grito da Pecuária

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Exportação carne bovino sobre mais de 30% em Rondônia nos seis primeiros meses de 2019 https://dominiorural.com/exportacao-carne-bovino-sobre-mais-30-em-rondonia-nos-seis-primeiros-meses-de-2019/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=exportacao-carne-bovino-sobre-mais-30-em-rondonia-nos-seis-primeiros-meses-de-2019 https://dominiorural.com/exportacao-carne-bovino-sobre-mais-30-em-rondonia-nos-seis-primeiros-meses-de-2019/#respond Wed, 17 Jul 2019 11:47:23 +0000 https://dominiorural.com/?p=1156
As exportações de carne bovina já são de 30,22% – Foto Dhiony Costa e Silva

A bovinocultura de corte no estado de Rondônia continua galgando novos recordes. Nos seis primeiros meses do ano de 2019, o número de abate de bovinos de corte subiu 7,5% frente ao mesmo período de 2018.

Segundo os dados quantitativos de abate de responsabilidade dos SIPAs/DFAs do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), de janeiro a junho 2019 foram abatidas 1.242.204 cabeças, acréscimo de mais de 91 mil animais em relação a 2018 (1.150.928), garantindo ao Estado o quarto lugar no ranking nacional e o primeiro na região norte em abate sob Serviço de Inspeção Federal (S.I.F.).  

Além dos abates sob a responsabilidade da inspeção federal, Márcio Alex Petro, diretor técnico da agência de Defesa Agrosilvopastoril de Rondônia (Idaron), descreve que no mercado interno foram abatidos, segundo os dados do sistema de Guias de Transporte Animal (GTA) para abate, 104.048 cabeças, sendo 72.457 sob a fiscalização estadual e 31.591 sob a inspeção municipal. “Hoje o estado de Rondônia conta com 46 unidades frigoríficas, constituído por 14 unidades sob inspeção federal, 11 sob fiscalização estadual e 21 sob vigilância municipal,” descreveu Petro. 

EXPORTAÇÕES

No acumulado, as exportações de carne bovina do estado de Rondônia, até o mês de junho de 2019, já são 30,22% superior ao volume exportado no mesmo período de 2018, alcançando mais de U$ 290 milhões em faturamento, segundo os dados do Comex Stat – o sistema para consultas e extração de dados do comércio exterior brasileiro – do Ministério da Economia (ME). Em volume, o resultado foi de 80.787 toneladas de carnes exportadas.

A categoria que teve destaque na pauta de exportação do estado de Rondônia foi a carne desossada de bovino congelada, com mais 31% de toda a exportação no período. Os dados do ME, no período de janeiro a junho de 2019, mostram ainda que o item carne desossada de bovino fresca ou refrigerada atingiu acréscimo de 21,53% relativo ao período de 2018.

Os preços pagos pela arroba no mercado interno de Rondônia vem se mantendo aos patamares das máximas dos meses de outubro e dezembro de 2018.

Edson Afonso Rodrigues, produtor rural do município de São Francisco do Guaporé, destaca que a indústria vêm segurando os preços frente à alta das exportações.

“Temos sentido a estabilização dos preços da arroba, por vezes temos segurado animais com objetivo de conseguir melhores negociações. Mesmo com a alta das exportações no campo, a maioria dos pecuaristas ainda não sentiu essa alta. A expectativa com a seca é que o preço da arroba suba, pois com a falta de capim baixa a oferta de animais,” relata Edson. 

REBANHO 

Rondônia conta com um rebanho de mais de 13 milhões de cabeças de bovinos e bubalinos – Foto Dhiony Costa e Silva

Rondônia conta com  um rebanho de 13.972.394 cabeças de bovinos e bubalinos, distribuídos por 99.064 propriedades. Os dados da 46ª etapa de vacinação contra a febre aftosa da Idaron mostram que mais de oito milhões de cabeças são constituídos de fêmeas e os outros cinco milhões por machos.  

O sucesso do crescimento da pecuária em Rondônia passa pela criação da Idaron, que promoveu controle, inspeção e fiscalização sanitária dos produtos e subprodutos de origem animal e vegetal. Em março de 2019 foi criada uma equipe gestora regional que irá monitorar os encaminhamentos das reuniões do Bloco I em cumprimento das ações e estruturas que orientam o Plano Estratégico de Retirada da Vacinação Contra a Febre Aftosa. 

Petro explica que o Estado de Rondônia está inserido no bloco 1. Todos os estados foram divididos em cinco blocos. Esses cinco blocos iniciam a suspensão da vacinação para ampliação da área livre da febre aftosa sem vacinação com reconhecimento internacional, por Rondônia.

“Houve um lapso de tempo aí com alguns ajustes e precisou ser adequado esse calendário da suspensão da vacinação. Então nós vamos, possivelmente, suspender a vacinação após a última etapa de vacinação de 2019″, comenta Petro. 

Um dos ajustes explicados por Petro será o início da exigência do Guias de Transporte Animal (GTA) pela agência Idaron para animais susceptíveis à Febre Aftosa ovinos, suínos e caprinos. “A partir de 1 de agosto de 2019, será obrigatório o GTA para compra, venda ou transferência de ovinos, suínos e caprinos. Para isso, o produtor deverá cadastrar o seu rebanho de ovinos, suínos e caprinos na unidade local da Idaron para  movimentação posterior”, elucida o diretor.

Fonte
Texto: Dhiony Costa e Silva
Fotos: Dhiony Costa e Silva
Secom – Governo de Rondônia

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PREÇO DO BEZERRO SOBE, MAS ARROBA PERMANECE ESTÁVEL E PODER DE COMPRA CAI https://dominiorural.com/preco-do-bezerro-sobe-mas-arroba-permanece-estavel-e-poder-de-compra-cai/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=preco-do-bezerro-sobe-mas-arroba-permanece-estavel-e-poder-de-compra-cai https://dominiorural.com/preco-do-bezerro-sobe-mas-arroba-permanece-estavel-e-poder-de-compra-cai/#respond Sun, 19 May 2019 12:27:16 +0000 https://dominiorural.com/?p=917

O semi-confinamento tem sido alternativa para os pecuarista – Foto: Dhiony Costa e Silva

Cepea, 16/5/2019 – Na primeira quinzena deste mês, o Indicador do boi gordo ESALQ/B3 (mercado paulista, à vista) registrou pequenas oscilações, mas a média da parcial de maio, de R$ 152,89, é 2,8% inferior à do mês anterior. Já o Indicador do bezerro ESALQ/BM&FBovespa (Mato Grosso do Sul, animal nelore, de 8 a 12 meses) registra movimento de alta.

Na parcial deste mês, a média está em R$ 1.295,48, alta de 3,5% em relação à de abril. Nesse cenário, a relação de troca de um boi gordo (de 17 arrobas, com venda no mercado paulista) por bezerro (compra no mercado sul-mato-grossense) está em 2,01 bezerros, 6% abaixo da verificada em abril, quando a venda de um animal para abate possibilitava a aquisição de 2,14 animais de reposição.

 A relação de troca atual é a mais desfavorável ao pecuarista de recria-engorda desde julho de 2017, quando a venda de um boi gordo possibilitava a compra de 1,89 bezerro, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IGP-DI de abril/19).

Segundo pesquisadores do Cepea, enquanto os preços do boi gordo estão enfraquecidos, devido à pressão compradora, os do bezerro estão em alta, diante da postura mais firme de criadores. Como as pastagens estão em boas condições em muitas regiões, parte dos produtores tem preferido manter o animal no pasto, à espera de maiores elevações nos preços. Além disso, o período de vacinação contra a febre aftosa também afastou alguns criadores do mercado neste mês.

 Fonte: Cepea – www.cepea.esalq.usp.br

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Rondônia: pecuária forte, carne forte! https://dominiorural.com/artigo-rondonia-pecuaria-forte-carne-forte/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=artigo-rondonia-pecuaria-forte-carne-forte https://dominiorural.com/artigo-rondonia-pecuaria-forte-carne-forte/#respond Wed, 05 Sep 2018 18:03:54 +0000 http://dominiorural.com/?p=333 Por: Dhiony Costa e Silva*

Integração Lavoura Pecuária em Rondônia – Foto: Dhiony Costa e Silva

Nos últimos anos, a pecuária rondoniense vivênciou um grande avanço, tanto em escala quanto em sustentabilidade, o que possibilitou ao estado o quarto lugar no ranking nacional em exportações de carne, o maior abatedor de bovinos da região Norte, a conquista de mercados internacionais e a valorização da produção agropecuária.

Rondônia tem um rebanho total de bovinos e bubalinos de 13.830.333 cabeças, distribuídos por 5.860.878 hectares de pastagens e divididos em 97.539 propriedades. O rebanho de corte perfaz 74,97% deste total, com 10.368.806 cabeças. E, em julho de 2018, este montante foi responsável por 65,45% de todo o Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) do Estado de Rondônia.

O acumulado das exportações de carne bovina de Rondônia, até o mês de julho de 2018, já é maior (2,8%) que todo o volume exportado no período de janeiro a julho de 2017, alcançando mais de 81.821 toneladas. Os dados são do Comércio Exterior do Agronegócio Brasileiro (Agrostat), do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa), confira mais detalhes no gráfico.

A categoria que obteve destaque na pauta de exportação do estado foi a carne desossada de bovino congelada, com 23,48% no período.  Os dados do  Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic), de janeiro a junho de 2018, mostram evolução do item carne desossada de bovino fresca ou refrigerada que atingiu acréscimo de 115,7%, quando comparada ao período de 2017. Todo o complexo da exportação de carne, miudezas entre outras teve aumento de 4%, atingindo um total na pauta de US$ 254.006.285 no período.

AbateO número de abate com inspeção federal em Rondônia seguiu a tendência, variando entre altas e baixas, sendo em maio registrado o menor volume nos abates, com 159.518 cabeças, e julho com alta de 43%, chegando a 228.175 animais. Essa queda no abate no mês de maio pode estar ligada diretamente à greve dos caminhoneiros.

Quando comparado com o período de 2017, no qual foram abatidas 1.267.282 cabeças, Rondônia obteve acréscimo de 3,63% no total de abate, chegando abater 1.376.907 em 2018, ou seja, 109.625 mil cabeças a mais.

Estes números garantem ao estado  o quarto lugar no ranking nacional e o primeiro lugar na região Norte no abate de bovinos. Cabe destacar que os dados quantitativos de abate é de responsabilidade dos Serviço de Inspeção de Produto de Origem Animal (SIPAs/DFAs), do Mapa.

Preço da @

Já no que interessa mais diretamente ao produtor rural, o preço da @, no indicador do boi gordo Esalq/Bm&Fbovespa, desde janeiro de 2018, manteve-se em queda constante até o mês de junho, que registrou R$ 138,53 por @, o menor preço no período.  Julho apresentou recuperação acentuada de 2,3%, mantendo a linha de tendência de crescimento em agosto, com aumento de 2,18%, chegando aos R$ 144,81. Alta de 4,5% desde junho.

Observações CEPEA: O Cepea divulga valores à vista do boi gordo com base somente na taxa CDI (Certificado de Depósito Interbancário). Nota 2: Os valores divulgados correspondem à média livre de Funrural

Quando comparado o gráfico de evolução do preço da @ no período de janeiro a julho de 2018, com o mesmo intervalo de 2017, temos uma linha com menor quebra dos diferenciais pagos, ou seja, apesar das baixas que foram constantes, não ocorreu redução de forma brusca como no ano de 2017. Contudo, os meses de julho e agosto estão se apresentando como marcadores de recuperação do preços, com possibilidade de chegar a referência de janeiro de 2017 antes de dezembro de 2018.

Já no estado de Rondônia, no gráfico com os dados da pesquisa semanal de preços médios pagos aos produtores rurais da Emater-RO, os preços da @ não se comportaram nos mesmos padrões de referência do indicador do boi gordo Esalq/Bm&Fbovespa.

Os valores pagos pela @ no Estado de Rondônia iniciaram janeiro 11,55% menor que os preços de referência do indicador da Esalq/Bm&Fbovespa, nos preços a prazo (30 dias), e queda de 14,10% nos preços à vista. A maior queda no preço da @ do boi gordo a prazo (-1,94%) ocorreu entre os meses de abril e maio. No preço à vista, a queda foi de 3,61%, entre os meses de março e abril.

Os preços só voltaram a se recuperar no mês de julho com uma valorização de 0,71% a prazo e 0,34% à vista, sobre os preços pagos em junho.

Mercado internacional

Os preços pagos no quilo de carne nas exportações registradas pelo Agrostat, estão 3,8% (US$ 3,54) mais baixos que no mesmo período de 2017 (US$ 3,58). Mas, em compensação, a cotação do dólar em julho de 2017, que estava em média US$ 3,11, registrou alta no fechamento do mês de julho de 2018,  ficando cotado a US$ 3,75.

Concluímos que o preço médio da @ comercializada no mercado internacional frente aos dados apresentados no período em 2017 girou em torno dos R$ 171,67 e, em 2018,  por volta de R$ 199,12, apesar do valor pago pelo quilo da carne ter reduzido de 2017 para 2018. A valorização do dólar frente ao real tem reduzido essa diferença, favorecendo as exportações de carne e contribuindo para a rentabilidade na conversão da moeda. 

Valor da Produção Agropecuária

Os dados apresentados contribuíram para a redução do Valor da Produção Agropecuária (VBP) do Estado de Rondônia. Em 2018, o VBP estimado até julho, alcançou R$9,1 bilhões, 3,43% menor que o apurado no mesmo período de 2017 (R$ 9,4 bilhões). As lavouras tiveram redução de 5,54% e a pecuária de 3,43%, em relação ao mesmo período de 2017.

Os produtos com melhor desempenho são cacau, com aumento real de 26,64%, banana 26,20%, soja 16,41% e mandioca 7,27%. Estes quatro produtos representam 16% do VBP de Rondônia. Banana e soja apresentam recordes de valor na série analisada, desde 2009. Ambos são beneficiados por preços mais elevados do que em 2017, e recordes de produção.

Na pecuária, o único produto com desempenho positivo foi o frango, com 0,94%, todos os outros itens estão com valores inferiores aos de 2017. Os preços reais encontram-se em níveis menores que no ano passado, principalmente em suínos (-21,5%), ovos (-20,4%), leite (-8,74%) e bovinos (-1,6%).

Levando-se em conta o que foi observado no gráfico de abate, de exportações, do preço da @ e dos preços no mercardo internacional, conclui-se uma forte tendência à valoriação dos preços da @ no mercado interno, com o aumento do abate e das exportações. Fortalecidos pela seca atingindo seu ápice, afetando diretamente as pastagens, reduzindo a  oferta de animais terminados a pasto.

Ou seja, nos próximos meses de 2018 o cenário é promissor para que os pecuaristas possam se recuperar de seis meses de baixas consecutivas nos preços da @. Mas, com atenção no mercado externo e interno, que balizam os preços da @ e aos custos de produção da @ para não perderem rentabilidade.

*Jornalista, com oito anos de experiência no agronegócio do Estado de Rondônia. Atua como repórter, fotojornalista, analista de mídias sociais e marketing digital.

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