Relatório da Conab revela um cenário incerto para a Safra de Grãos 2023/24 em Rondônia
No 4º Levantamento para a safra 2023/24 no Brasil, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em janeiro de 2024, uma perspectiva desafiadora se apresenta para o setor agrícola do país. O relatório aponta para uma redução significativa na produtividade, reflexo das condições climáticas adversas que têm marcado a atual temporada de cultivo.
De acordo com os dados compilados, a produção total de grãos para a safra 2023/24 está estimada em 306,4 milhões de toneladas, indicando uma queda de 4,2% em comparação com a safra anterior. Esta retração é particularmente notável nas projeções para a soja, cuja estimativa de produção foi reduzida em 4,9 milhões de toneladas, e para o milho, que enfrenta uma diminuição de 924,6 mil toneladas em relação à previsão anterior de dezembro de 2023.
As condições meteorológicas desfavoráveis desempenharam um papel crucial nessa redução de produtividade. Chuvas escassas e mal distribuídas, aliadas a temperaturas elevadas na região central do país, e precipitações volumosas no Sul, têm contribuído para o atraso no plantio da safra. Esta demora afeta principalmente o cultivo de soja e milho.
Rondônia
No estado de Rondônia, a situação não foi diferente, com precipitações regulares no início da janela de plantio, contribuindo para a implementação. No entanto, após 30 dias, as regiões produtoras do estado começaram a enfrentar a escassez de chuvas e temperaturas elevadas. A irregularidade das chuvas dificultou a semeadura, exigindo o replantio de 10 a 15% das áreas já plantadas até então, bem como a suspensão do plantio aguardando as condições adequadas.
Durante o 4º Levantamento para a safra 2023/24, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) de janeiro, constatou-se que 95% das áreas em Rondônia foram semeadas, com 10% em fase de emergência, 40% em desenvolvimento vegetativo, 30% iniciando a formação e 20% em fase de enchimento de grãos.
Colheita de soja antecipada
Outro ponto de atenção refere-se aos reflexos das condições climáticas, que anteciparam o processo de maturação em muitas áreas de plantio de soja em Rondônia, impactando a produtividade e qualidade dos grãos colhidos, além de influenciar o planejamento e a logística da safra, especialmente na implementação do plantio da segunda safra no estado.
O agricultor Fábio Vargas, em Cabixi, relata um ano desafiador, onde as condições iniciais promissoras foram interrompidas pela falta de chuvas, resultando em uma colheita abaixo das expectativas.
Em Alto Paraíso, Lauro Pellenz enfrentou problemas semelhantes, com a seca afetando o florescimento da cultura e resultando em uma redução significativa na produção, estimada em cerca de 28%.
A falta de chuvas também causou atrasos no plantio, como destacado por Lourival Borges de Rio Crespo, que expressa preocupações não apenas com a colheita atual, mas também com a safra de milho, que pode ser comprometida devido aos atrasos e à incerteza climática.
Diante desse desafiador cenário, a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Rondônia (Aprosoja-RO) entidade representativa mantem-se vigilante e colaborativa com o setor produtivo.
E a safra do milho?
Com o atraso no plantio da soja, a janela para a implementação do milho reduziu significativamente, podendo acarretar na redução da área plantada e, consequentemente, fazer com que os custos fixos anuais das propriedades incidam sobre a soja. Fora da porteira, o mercado poderá enfrentar um desabastecimento do milho, resultando em uma cadeia de aumentos de custos para diversas atividades.
Fonte: Dhiony Costa e Silva – ASA Comunicação e Marketing