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Proliferação de lagartas gera prejuízos para pecuaristas

Combinado de umidade e calor favorece o aumento de pragas como a lagarta militar e o curuquerê-dos-capinzais, que ameaçam a produção forrageira em diversas regiões

As pastagens brasileiras enfrentam um desafio crescente com a proliferação de lagartas, praga que se tornou especialmente agressiva neste ano devido ao aumento da umidade e das altas temperaturas. Essa combinação de fatores climáticos cria um ambiente propício para o desenvolvimento de pragas como a lagarta militar (Spodoptera frugiperda) e o curuquerê-dos-capinzais (Mocis latipes), espécies que, em grandes infestações, podem devastar áreas extensas de pasto, comprometendo a alimentação do rebanho e gerando grandes prejuízos financeiros para os pecuaristas.

A lagarta militar, conhecida pelo nome popular devido à sua movimentação em grupo, é uma das espécies mais danosas. Altamente voraz, ela consome grandes quantidades de capim em um curto espaço de tempo. Quando em fase larval, a praga se espalha rapidamente e pode consumir toda a forragem disponível, deixando os pecuaristas com uma única alternativa: o controle rápido e eficiente, que muitas vezes implica em custos altos e necessidade de aplicação imediata de defensivos agrícolas.

Além da lagarta militar, o curuquerê-dos-capinzais também preocupa. Com uma alimentação igualmente intensa, essa lagarta devasta a parte aérea do capim, prejudicando seu crescimento e comprometendo a recuperação da pastagem, mesmo após a retirada das lagartas.

Segundo Gustavo José Sartor, pecuarista de Chupinguaia (RO), as pragas “atacam principalmente os capins mais novos e macios, como o capim estrela (o famoso ‘derruba véio’) e o Panicum. Se não for controlada rapidamente, a infestação pode consumir uma área inteira de pastagem em questão de dias”.

Dificuldade de Controle e Prejuízos Imediatos

De acordo com Marcionilio Gava da Silva, pecuarista em Rio Crespo, o aumento da demanda por defensivos agrícolas gerou escassez nos estoques das agropecuárias da região. “Aqui já acabou tudo, é difícil encontrar o produto certo”, relata. E o controle exige mais do que apenas disponibilidade de produto: o manejo deve ser estratégico e acompanhado por profissionais capacitados, pois o ciclo de vida das pragas é rápido, e o consumo aumenta exponencialmente em cada fase da lagarta.

A situação também levanta um alerta para a necessidade de monitoramento e de reservas de pastagem. “Quem não tem reserva de pastagem sofre mais, pois os animais dependem da forragem para manter seu peso e o desempenho produtivo”, afirma Sartor.

Alternativas e Prevenção

Técnicos do setor recomendam o monitoramento constante das áreas de pastagem, especialmente em épocas de chuva e calor, além de um manejo integrado que possa prever e reduzir o impacto das pragas. Em alguns casos, a aplicação de defensivos pode ser realizada com o auxílio de drones e aviões, método que se destaca pela agilidade e precisão no combate às infestações.

Para os próximos meses, o cenário climático ainda sugere que a umidade e as altas temperaturas continuarão a favorecer a proliferação dessas pragas. A recomendação é que os pecuaristas busquem orientação técnica para planejar o controle de pragas e, sempre que possível, mantenham uma área de reserva forrageira para minimizar os prejuízos.

A batalha contra as lagartas é mais um desafio para a pecuária nacional, que se vê à mercê de questões climáticas e de manejos estratégicos para manter a produtividade e a rentabilidade das propriedades rurais.

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Texto: Dhiony Costa e Silva – DRT-RO 1264
Assessor de Imprensa e Relações Públicas
Asa Comunicação e Publicidade

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