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Pará recebe evento para debater futuro da pecuária na Amazônia Legal

Com representantes dos setores público e privado e sociedade civil, 1ª edição do Diálogos Boi na Linha será realizada no dia 16/11, em Marabá (PA)

Produzir carne de qualidade com responsabilidade socioambiental em um dos biomas mais importantes do mundo é o que será discutido na 1ª edição do Diálogos Boi na Linha, que será promovido pelo Imaflora, no dia 16/11, no Carajás Centro de Convenções, em Marabá (PA).

Voltado à promoção da legalidade e da responsabilidade socioambiental na pecuária, o seminário tem como principal objetivo debater os desafios e demandas da cadeia da carne e do couro bovinos na Amazônia Legal, colocando em pauta questões como rastreabilidade, monitoramento de indiretos, reintegração de produtores e práticas pecuárias que buscam mitigar danos socioambientais.

“Escolhemos o Pará como sede dessa primeira edição para que a cadeia pecuária nacional possa conhecer o trabalho que vem sendo desenvolvido na região conciliando produção bovina, legalidade, conservação da floresta e respeito aos direitos dos trabalhadores do setor, além de debater como suas práticas podem ser multiplicadas em outras áreas da Amazônia Legal”, explica Lisandro Inakake, Gerente de Projetos do Imaflora, à frente do programa Boi na Linha.

O estado ocupa o segundo lugar no ranking de maior rebanho bovino do País com 26.754.388 animais, de acordo com dados da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará), perdendo apenas para o Mato Grosso. “O evento pretende abrir o debate sobre o que o Pará tem feito para promover a legalidade e a responsabilidade socioambiental no estado, buscando entender como pecuária paraense pode inspirar a Amazônia Legal e como a legalidade e a responsabilidade socioambiental podem ajudar, inclusive, a vender mais”, reforça Inakake.

Para o Presidente da Associação dos Criadores do Pará (Acripará), Maurício Fraga, que estará no evento, diferente de Mato Grosso, o estado paraense está todo inserido na Amazônia Legal e tem um passivo ambiental muito grande, por isso, é natural que tenha os olhos do mundo voltados em sua direção. “Fomos pioneiros na assinatura do Termos de Ajustamento de Conduta (TAC) da Carne, por exemplo. Entendemos que é importante que o Pará esteja no centro das discussões sobre monitoramento e regularização da cadeia da carne de forma protagonista”, afirma.

“Minha expectativa é de que esse evento apresente para os produtores a demanda internacional por carne vinda de uma cadeia limpa ambiental e socialmente. A participação dos produtores nesse debate é fundamental para que possam entender o que o mercado deseja e que passem a participar ativamente da criação de soluções viáveis para a produção de carne, que atendam às expectativas do mercado consumidor”, ressalta Fraga.

Unindo forças em favor da pecuária brasileira

Uma das propostas do evento é reunir representantes não só na cadeia produtiva da carne, mas também do ambiente regulatório em que está inserida para analisar e discutir ações e projetos que possam auxiliar no desenvolvimento de uma pecuária ainda mais responsável e consciente.

“Estamos todos cientes dos desafios que temos para alcançar uma pecuária verdadeiramente sustentável e desvinculada da ilegalidade na Amazônia. Assim como estamos cientes de que ninguém consegue isoladamente enfrentar esses desafios. Entendemos que é preciso trabalhar em conjunto para promover paisagens sustentáveis, com uma produção eficiente e regularizada no entorno do zparque industrial instalado na Amazônia, enquanto atuamos para combater a ilegalidade e aprimorar os processos de controle, transparência e rastreabilidade. Para isso, precisamos unir esforços públicos, privados e da sociedade civil”, enfatiza Fernando Sampaio, diretor de Sustentabilidade na Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC), que está confirmado para a 1ª edição do Diálogos Boi na Linha.

Segundo Sampaio, os debates também serão importantes para expor os gargalos, mas também para auxiliar no apontamento de prioridades e passos a serem dados, assim como responsabilidades a serem compartilhadas. “Neste sentido, é preciso dar voz aos anseios de produtores, indústrias e demais atores para pensarmos na construção de um mapa no caminho em bases consensuais que fortaleça essa visão de futuro”.

Como participar?

As inscrições para o evento presencial e gratuito e as informações sobre a programação da 1ª edição do Diálogos Boi na Linha estão disponíveis no site: https://dialogosboinalinha.boinalinha.org/.

“Será um dia de muita troca de informação, debates, apresentações culturais e networking para os protagonistas da pecuária de todas as regiões da Amazônia Legal e do Brasil. Temos a certeza de que esse evento será um grande marco para o fortalecimento de uma cadeia mais sustentável e eficiente não só no Pará, mas como em toda a Amazônia Legal”, conclui Inakake.

Programação 1º Diálogos Boi na Linha

9h: Abertura

  • Marina Piatto (Imaflora)
  • Ricardo Negrini (MPF-PA)
  • Fernando Sampaio (Abiec)

9h30: Mesa “Boi na Linha – monitoramento da cadeia paraense e maior transparência para o mercado”

  • Lisandro Inakake (Imaflora)
  • Fernando Sampaio (Abiec)
  • Ricardo Negrini (MPF-PA)
  • Ricardo Andrade (CICB)
  • Beatriz Secaf (Febraban)
  • Comentadora: Cecília Korber (Proforest)
  • Mediação: Marina Guyot

10h45: Momento Couro: Durli Couros – Ivens Domingos

10h50: Mesa “Reinserção do produtor – como os pecuaristas podem voltar a vender para os frigoríficos

  • Lucimar Souza (Ipam)
  • Noemi Gonçalves (Fetraf-PA)
  • Mauricio Fraga (Acripará)
  • Liege Correia/Alexandre Kavati (Escritórios Verdes JBS)
  • Breno Felix (Agrotools)

Comentador: Chico Fonseca (TNC)
Mediação: Louise Nakagawa

12h05: Momento Varejo

12h10: Almoço

13h20 às 13h40: Atração Cultural – Grupo Mayrabá

13h40: Mesa “Pecuária legal e sustentável” – vantagens produtivas e econômicas para o produtor”

  • Roberto Paulinelli (Rio Maria)
  • Isabel Drigo (Imaflora)
  • Luiza Bruscato (MBPS)
  • Francisco Victer (UNIEC)
  • Marcelo Oliveira (Pec Plus)

Comentador: Mauro Lúcio Costa (Fazenda Marupiara)
Mediação: Guilherme Whyte

14h55: Momento frigorífico: Valêncio

15h: Mesa “Fornecedores indiretos – rastreabilidade e transparência como diferenciais de negócio”

  • Rodolpho Bastos (Semas Pará)
  • Rafael Andrade (PRIMI)
  • Francisco Beduschi/Katiuscia Moreira (NWF)
  • Sandra Catchpole (Masterboi)
  • Pedro Burnier (AdT)

Comentador: Fabio Medeiros (TNC)
Mediação: Lisandro Inakake

16h15: Encerramento e próximos passos

  • Marina Piatto (Imaflora)
  • Beatriz Secaf (FEBRABAN)
  • Fernando Sampaio (ABIEC)
  • Gabriel Moura (MPF-RO)

Sobre o Boi na Linha

Lançado em 2019 pelo Imaflora em parceria com o Ministério Público Federal (MPF), o Boi na Linha articula os elos da cadeia produtiva da carne na Amazônia Legal, interligando produtores, frigoríficos, curtumes e varejistas. O objetivo do programa é garantir a implementação dos compromissos socioambientais assumidos pelos signatários dos TACs.

A plataforma online disponibiliza dados, ferramentas e informações sobre o setor de forma totalmente aberta e transparente para a promoção de uma cadeia livre de irregularidades socioambientais.

Além da parceria com o MPF, a iniciativa conta também com o apoio da ABIEC e financiamento da União Europeia e demais organizações: Moore Foundation, NWF, P4F, iCS e Great for Partnerships do Reino Unido.

Mais informações: https://www.boinalinha.org/ 


Sobre o Imaflora

O Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola – Imaflora – é uma associação civil sem fins lucrativos, criada em 1995, que nasceu sob a premissa de que a melhor forma de conservar as florestas tropicais é dar a elas uma destinação econômica, associada a boas práticas de manejo e a uma gestão responsável dos recursos naturais. O Imaflora acredita que a certificação socioambiental é uma das ferramentas que respondem à parte desse desafio, com forte poder indutor do desenvolvimento local, sustentável, nos setores florestal e agrícola. Dessa maneira, o Instituto busca influenciar as cadeias produtivas dos produtos de origem florestal e agrícola; colaborar para a elaboração e implementação de políticas de interesse público e, finalmente, fazer, de fato, a diferença nas regiões em que atua, criando ali modelos de uso da terra e de desenvolvimento sustentável que possam ser reproduzidos em outros municípios, regiões ou biomas do País.

Mais informações: https://www.imaflora.org/

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