Onda de Frio: Geada e possíveis impactos na agricultura brasileira
A geada é um fenômeno causado pela ocorrência de baixas temperaturas e seu efeito nas plantas varia de acordo com a espécie, a sua tolerância ao frio e a fase fenológica que ela se encontra e sua ocorrência resulta, em muitas vezes, em severos prejuízos econômicos principalmente se ocorrem precoce ou tardiamente.
Impacto na agricultura
Com a chegada da onda de frio dessa semana, o INMET reforça o Aviso de atenção para as culturas que poderão ser prejudicadas pela geada, conforme já indicado pela Conab em seu Boletim Semanal (https://www.conab.gov.br/info-…).
A previsão de temperaturas baixas e ocorrência de geadas no centrossul do país poderão impactar os cultivos de milho e feijão segunda safra que se encontram em fases fenológicas sensíveis, como também alerta a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), além das hortaliças e das culturas perenes como o café, cana-de-açúcar e frutas.
Outro fator importante é que a queda de temperatura e a maior intensidade de geada podem ocasionar a ocorrência da temperatura letal, ou seja, uma temperatura que promove danos mais graves e irreversíveis às culturas. Por exemplo, registros de temperaturas nas estações meteorológicas menores que 2°C na fase de florescimento podem comprometer a cultura do milho, enquanto 1°C nesta mesma fase, impacta severamente a cultura do feijão (o feijão é afetado por temperaturas mais altas que essa).
Na cultura do café, por ser uma cultura pouco tolerante ao frio, a ocorrência de temperaturas abaixo de 0°C no abrigo podem provocar danos parciais ou totais à planta. Já para a cultura da banana, temperaturas inferiores a 4°C podem ocasionar danos nas folhas e prejudicar os frutos em formação.
A ocorrência e intensidade de geadas podem ser amenizadas a depender do relevo e velocidade dos vento. Por isso, é importante acompanhar os boletins semanais da Conab e do Inmet em https://www.conab.gov.br/info-… e https://portal.inmet.gov.br/in…*.
SIM-INMET
Com a importância cada vez maior de se acompanhar as mudanças climáticas e seus impactos, além da ocorrência de mais desastres naturais, o INMET trabalhou nos últimos meses seguro paramétrico, o chamado “SIM-INMET”, em que a seguradora, o cliente e o corretor acordam um parâmetro que vai disparar o gatilho de cobertura da apólice do seguro.
Esse parâmetro é ligado a variáveis climáticas, como, por exemplo, excesso ou falta de chuva, ou de vento, ou ainda variações não esperadas em níveis de temperatura, como é o caso da frente fria atual. O contrato de seguro define o período em que o parâmetro precisa ser atingido, a localização de cobertura e as informações climáticas do Instituto. Se, durante o período de vigência da apólice, o parâmetro for atingido, a indenização é feita conforme o contratado.
O INMET também tem apoiado empresas do agronegócio a realizarem uma Análise Gestão de Risco Climático personalizada por meio do sistema de previsão climática do órgão e da escolha de indicadores econômicos/climáticos que reduzem os impactos negativos das mudanças climáticas.
Além dos alertas emitidos pelo INMET, o SISDAGRO – Sistema de Suporte à Decisão na Agropecuária, possui uma ferramenta de previsão de condições favoráveis à formação de geada com antecedência de 5 (cinco) dias. O Sisdagro pode ser acessado no portal do INMET ou clicando em http://sisdagro.inmet.gov.br/sisdagro/app/previsao/geada. Esses produtos criados pelo Instituto permitem que os produtores rurais possam se precaver em momentos como este.
O INMET é um órgão do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e representa o Brasil junto à Organização Meteorológica Mundial (OMM) desde 1950.
Por Viviane Samara Barbosa Nonato – publicado 17/05/2022 16h30 . Última modificação 17/05/2022 18h09 .