Novo imposto ameaça futuro da agricultura de Rondônia

Apesar de sua produção ainda em desenvolvimento, sendo superada por vários municípios de Mato Grosso e individualmente por grupos econômicos, Rondônia vê sua agricultura em risco de colapso com a introdução de um novo imposto.

Em meio a debates, o governo insiste em sobretaxar o setor agropecuário e enxerga a arrecadação estimada de R$ 47 milhões como a “bala de prata” para resolver a falta de infraestrutura no estado. No entanto, o valor é tão insuficiente, uma dimensão irrisória se comparada aos 4500 km de estradas não pavimentadas sob responsabilidade do DER, órgão governamental. Esta abordagem, distante de oferecer solução, indica uma notável falta de planejamento ou intenções não esclarecidas.

A eficácia do ajuste fiscal é reconhecida, mas sua implementação exige competência e profissionalismo das lideranças, algo debatido no cenário atual. Ao anunciar a taxação exclusiva dos grandes produtores, a proposta do Governo, na realidade, implica uma contribuição compulsória com base nas culturas produzidas, especialmente soja e milho, em vez de considerar o tamanho das áreas ou os níveis de faturamento. Essa discrepância argumentativa suscita dúvidas e levanta a possibilidade de uma mudança na orientação política do governo de Rondônia, que pode se aproximar mais da política do governo federal em relação ao aumento de impostos.

Com margens que raramente têm ultrapassado 5%, a alíquota proposta imporia um impacto real de 20% sobre os rendimentos dos produtores, e não apenas 1% conforme propalado por aqueles que são seduzidos pelo resultado do esforço alheio. Em um cenário já conturbado por oscilações cambiais e flutuações de commodities, este novo ônus poderá ser a gota d’água.

Diante da recente proposta, surge a indagação: a decisão do governo se baseia em uma análise abrangente do setor ou reflete a intenção deliberada de novos impostos? Essa questão suscita dúvidas e destaca a importância de compreender as motivações por trás dessa medida tributária, à medida que a agricultura do estado enfrenta um período de incertezas e desafios econômicos.

Para evitar o estrangulamento de um setor tão vital, é fundamental análise profissional e decisões responsáveis. Ao economizar apenas 1% do orçamento de 2023, por exemplo, o estado poderia obter mais de R$ 134 milhões para aplicar em infraestrutura. Decisões precipitadas podem ter consequências duradouras e é dever do Governo de Rondônia proteger sua base produtiva, garantindo um futuro próspero e sustentável para todos os cidadãos.