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APTA Regional e Fundepag desenvolvem metodologia de padronização da análise do teor de borracha seca (DRC)

Projeto de pesquisa busca estabelecer padrões na análise de DRC, promovendo maior transparência e valorização na cadeia produtiva da borracha

O projeto “Metodologia para amostragem e análise de DRC (Dry Rubber Content) em coágulos de borracha natural” visa desenvolver uma metodologia padronizada para a análise do teor de borracha seca em coágulos de borracha natural. A ação é o resultado de uma parceria entre os institutos de pesquisa da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta) – a Apta Regional e o Instituto de Economia Agrícola (IEA) -, com a Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa do Agronegócio (Fundepag) e a Cooperativa dos Produtores de Borracha Natural (Coopbor), que surge como resposta a uma demanda antiga do setor produtivo para padronizar as técnicas de análise e garantir transparência nas transações.

A falta de uma metodologia padronizada afeta a precisão e a transparência nas negociações entre produtores e usinas de borracha. Dessa forma, o projeto busca solucionar esse problema, avaliando diferentes técnicas de amostragem e análise, e implementando tecnologias inovadoras como o uso do Espectrômetro na Região do Infravermelho Próximo (NIRS), um método analítico de alta precisão que realiza análises em curto espaço de tempo. O objetivo é garantir uma avaliação precisa do DRC, promovendo transparência, rapidez e eficiência na produção de borracha.

Outra consequência da falta de metodologia padronizada é a impossibilidade de o produtor avaliar o DRC do seu lote de coágulo de borracha em outro laboratório como contraprova para aferição dos resultados emitidos pelas usinas. Atualmente, cada usina define seu próprio procedimento de amostragem e análise de DRC. O produtor fica sem opção porque não pode comparar resultados oriundos de metodologias diferentes.

A equipe do projeto destaca a importância de se estabelecer uma metodologia padrão para garantir maior segurança aos elos da cadeia, bem como transparência e agilidade nas negociações. Em outras culturas, como por exemplo, a cana-de-açúcar, há anos existem protocolos de amostragem e análises que são utilizados pela cadeia e trouxeram luz às negociações. “Esperamos com o desenvolvimento deste projeto a implementação de metodologia padrão para amostragem e análise do DRC, assim como já existe para análise de solos, de forma que o produtor tenha a opção de enviar suas amostras para serem analisadas em outros laboratórios credenciados para comparação dos valores obtidos”, analisa a coordenadora do projeto Elaine Cristine Piffer Gonçalves, pesquisadora da Apta Regional Colina.

Em paralelo ao método tradicional de análise de DRC, está sendo realizada a construção de um modelo matemático para predição do DRC no espectrômetro NIR em dois tipos de modelos:  bancada (NIRFlex® N500, Büchi Labortechnik, Suíça) e portátil (MICRONIR On Site W, Viave, EUA). “O espectrômetro NIR portátil trará a agilidade que o produtor tanto precisa, pois será possível conhecer o teor de DRC no momento em que a borracha está sendo laminada na calandra”, explica Eliane.

Além disso, o projeto não se limita apenas à análise de DRC. Segundo a pesquisadora, a equipe do projeto está atenta a outros aspectos, como a sujidade das amostras, visando conscientizar os produtores sobre a importância de uma borracha de qualidade superior, o que pode resultar em um maior valor agregado ao produto.

A iniciativa conta com a colaboração de diversas instituições de pesquisa e pesquisadores, como Adriana Novaes Martins, da Apta Regional de Marília (SP), responsável pelo laboratório da unidade; Regina Kitagawa Grizotto, da Apta de Colina (SP), que realiza as análises espectrométricas, calibrando e processando todas as análises do NIRS; na Apta de Pindorama (SP), o pesquisador Antônio Lúcio Martins está à frente do projeto, bem como a pesquisadora Marli Dias Mascarenhas, do Instituto de Economia Agrícola. “Esse modelo de parceria público-privada tem se mostrado fundamental para viabilizar projetos de pesquisa e desenvolvimento no setor agrícola”, complementa Elaine.

Novas tecnologias

Com previsão de conclusão até agosto de 2025, a iniciativa visa não apenas aprimorar as técnicas de análise, mas também implementar novas tecnologias que possam automatizar o processo e torná-lo mais eficiente. A expectativa é de que, com a metodologia padronizada em vigor, a conscientização de produção de coágulos de borracha com qualidade superior, utilizando-se o conceito de produção integrada e com a rastreabilidade da cadeia, a produção brasileira de borracha alcance níveis de excelência reconhecidos internacionalmente, e que são cada vez mais exigidos pelos mercados mais exigentes.

Neste cenário, a Fundepag desempenha um importante papel na execução do projeto, viabilizando a parceria entre a pesquisa e o setor produtivo. Sua atuação demonstra o compromisso com o desenvolvimento sustentável e a inovação no campo agrícola.

“O projeto de ‘Metodologia para amostragem e análise de DRC (Dry Rubber Content) em coágulos de borracha natural’ não atende apenas uma demanda específica do setor, mas também representa um avanço significativo para toda a cadeia produtiva, promovendo transparência, qualidade e valorização do produto nacional”, finaliza Elaine Cristine Piffer Gonçalves.

Sobre a Fundepag

A Fundepag foi criada em 1978, a partir dos esforços de grupos empresariais, representantes da agropecuária, da indústria, do comércio e das finanças para somar esforços do Estado e da iniciativa privada no desenvolvimento de projetos de pesquisa.

Apoia e executa diversos tipos de projetos, serviços tecnológicos, capacitações e eventos. Além de contar com seu próprio Núcleo de Inovação Tecnológica Fundepag – NIT, expandido para Centro de Inovação Tecnológica – Conexão.f – reconhecido pelo Governo paulista, oferece uma estrutura de apoio administrativo-financeiro, de gestão de pessoas, consultoria jurídica e ferramentas informatizadas, com a qualidade e ética assessoradas pelas ISO 9001:2015 (qualidade), ISO 37301:2017 (compliance) e ISO 37001:2017 (antissuborno).

Mais informações: https://portal.fundepag.br

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