EconomiaNotíciasPecuária

Como identificar e recuperar pastagens degradadas?

Quando a área apresenta o nível 4 de degradação é recomendado o uso de maquinas para recuperação da gramínea – Foto Dhiony Costa e Silva

A degradação de pastagem acontece quando o pasto sofre uma queda na produtividade ou seja, quando a sua capacidade de suporte já não supre as necessidades dos animais. As consequências são vistas através da perda de peso das vacas leiteiras e na queda da produção de leite

Solos sem vegetação e plantas daninhas no local são indícios de uma pastagem degradada que tende a aumentar se nenhuma atitude for tomada. Por isso, o acompanhamento da pastagem desde a sua formação e a precaução é a melhor maneira de evitar a degradação. 

Como identificar o nível de degradação da pastagem?

Segundo Moacyr Bernardino Dias Filho,na cartilha Degradação de pastagens – como é e como evitar da Embrapa, os quatros níveis de degradação de pastagens são: 

Nível 1: Leve

Pastagem ainda produtiva, mas já com algumas áreas de solo descoberto ou plantas daninhas. A rebrota do capim, após o pastejo é lenta. Capacidade de suporte cai cerca de 20% (em relação a pastagem não degradada).

Nível 2: Moderado

Aumento na infestação de plantas daninhas ou no percentual de solo descoberto (em relação ao nível 1). Capacidade de suporte cai entre 30% a 50%.

Nível 3: Forte

Aumento excessivo na infestação de plantas daninhas (degradação agrícola) ou no percentual de solo descoberto (em relação ao nível 2). Muito baixa proporção de forrageiras. Capacidade de suporte cai entre 60% e 80%.

Nível 4: Muito forte

Predominância de solo descoberto, com sinais evidentes de erosão (degradação biológica). Proporção de forrageiras muito baixa ou inexistente. Capacidade de suporte cai acima de 80%.

Como recuperar pastagens degradadas?

As propriedades rurais podem e devem adotar atitudes de manejo eficazes e a recuperação de pastagem para garantir a melhora da produtividade do local.  

Moacyr destaca e explica quais são as formas de recuperar as pastagens: 

Recuperação direta 

Recomposição da produtividade da pastagem e da cobertura do solo pelas forrageiras. É a forma mais simples e relativamente menos onerosa de recuperar um pasto. Geralmente, consiste em controlar as plantas daninhas e ajustar a fertilidade do solo, por meio de adubação, com base em resultado de análise de solo. Em certas situações, pode haver a necessidade de replantio das forrageiras, mas apenas nas áreas de solo descoberto, sem ser necessário o preparo do solo. Na recuperação direta, pode não ser preciso interromper o uso da pastagem (retirar os animais do pasto), mas, quando isso é necessário, o período é relativamente curto (em torno de 30 dias). Esse tipo de intervenção é recomendado para pastagens nos níveis um e dois de degradação.

Renovação

Formação de uma nova pastagem. Na renovação da pastagem, além da correção da fertilidade do solo, também é feito o replantio da forrageira com mudança ou não da espécie. Nesse caso, há necessidade de preparo do solo. Dependendo da situação, a renovação pode ter um custo, em média, até três vezes maior do que o da recuperação direta. Na renovação, o uso da área tem que ser interrompido por cerca de 90 dias, tempo necessário para formar a nova pastagem. Esse tipo de intervenção é recomendado para pastagens nos níveis três e quatro de degradação.

Recuperação/renovação indireta 

Integração com lavoura ou floresta. Na recuperação/renovação indireta, a formação da pastagem é integrada com o plantio de lavoura (ILP), lavoura mais floresta (ILPF) ou apenas floresta (sistema silvipastoril), como forma de recuperar a fertilidade do solo, obter renda em curto prazo, ou diversificar a geração de renda. Essa opção requer mais investimentos em curto prazo, porém, geralmente, tem maior potencial de retorno do capital investido. Tem ainda a vantagem de agregar outras atividades e novas fontes de renda na mesma área. Antes de decidir-se por essa opção, é necessário escolher a cultura agrícola ou a espécie florestal mais adequada e avaliar o mercado para os produtos esperados. Esta alternativa normalmente exige mecanização total da área, preparo do solo, correção da acidez e nutrientes e novas semeaduras. 

Além disso, também requer maior qualificação técnica do produtor e maior emprego de mão de obra para implantação e manutenção desses sistemas. A recuperação/renovação indireta pode ser, em média, cinco vezes mais cara do que a recuperação direta da pastagem. Esse custo, entretanto, pode variar grandemente entre regiões e de acordo com a conjuntura econômica vigente. A recuperação/ renovação indireta é geralmente empregada para pastagens sob os níveis três e quatro de degradação.

Fonte: Fundação Roge

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *